Heróicas mulheres que clamam cuidados.
Nos primórdios as mulheres acatavam seu posto da desigualdade, sucessivamente galgando a merecida igualdade de gêneros, uma luta histórica, marcada por suores e lágrimas e lampejos.
Triste quando, invariavelmente, mulheres desfalecem por uma doença horrenda, como é o câncer de colo de útero, tendo significativas chances de prevenção.
São altos os índices de câncer de colo de útero no Brasil, principalmente em nosso estado, ocupando a segunda posição entre neoplasias, atrás apenas do câncer de mama, tendo índices de 29,51 por 100 mil habitantes. Destacam-se também os altos índices de mortalidade, sendo os cânceres a segunda causa de morte entre mulheres.
Precisam-se reformulações das políticas públicas de atenção à saúde da mulher, em especial ao câncer de colo uterino, em todas as esferas do governo. A responsabilidade é de todos, é também da sociedade como um todo, é individual. Precisamos realizar busca ativa de mulheres que não realizam periodicamente o exame Papanicolau, principalmente em comunidades carentes e desassistidas, sabendo-se que esta doença é relacionada à pobreza, onde o acesso aos serviços de saúde são dificultados. É dever educar crianças e adolescentes, ainda nas escolas, para que suas culturas de vida sejam pautadas no cuidado, na precaução. O processo educacional é lento, árduo, difícil. Os resultados serão visíveis daqui alguns anos, mas serão satisfatórios, tenham certeza. Devemos incorporar ao exame Papanicolau outras técnicas de detecção de lesões, já que a vacina contra o HPV, que segundo estudos reduz em torno de 80% os casos de Câncer de Colo de Útero, está longe do nosso alcance, para conseguirmos detectar com agilidade e rapidez. O teste de Schiller parece ser uma boa opção. Com ele podemos visualizar lesões e encaminhar para a Colposcopia (exame comprobatório), não esperando o prazo de até 60 dias para a entrega do resultado de um exame Preventivo. Campanhas em massa também são válidas, onde educaremos a população através dos meios de comunicação e materiais informativos. Precisamos acesso a serviços de saúde com qualidade, mulheres precisam ser acolhidas, elas clamam por isso, eu imploro.
É pautado em números que caminhamos ao incerto, números ainda negativos, que refletem uma realidade nada satisfatória. O município de Cruz Alta, ao noroeste do Rio Grande do Sul, está inserido na mudança, onde colocará em prática um Programa de Prevenção do Câncer de Colo de Útero, que com a ajuda de todos obterá resultados importantes e satisfatórios. A saúde pública precisa revolucionar, e ela está mudando.
É preciso lembrar o Dr. Paulo Naud, médico e professor da UFRGS, que tem o poder de mover montanhas, na sua incansável tarefa de fazer uma saúde pública de qualidade e reduzir as incidências deste impetuoso câncer que devasta vidas.
Nossas mulheres merecem e precisam de cuidado, de atenção, para que não sofram e não morram desta infame, devastadora e previnível doença