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Perdidos e achados
Procura-se uma fadinha inglesa: de porcelana cor de rosa,duas asinhas,sentada e com um livro apoiado nos joelhos frágeis..Comprei-a em Manchester,numa livraria perfumada,em 1996.Como simbolizava duas minhas maiores paixões: o livro e a imaginação( fadas existem!!!!!),ficou em cima da "penteadeira" do meu quarto,cuidada com o carinho que merecia.Quando empacotei minhas "coisas" para minha recente mudança,descobri 27 anos de tralhas amontoadas e doei sacos e sacos.Minha irmã e minha sobrinha foram me ajudar e não se lembram da fadinha. Já desempacotei tudo que trouxe para Divinópolis e nada!Ou ela está bem escondidinha ou voou de volta para Inglaterra.Mas não desisti dela: volto lá em breve e a trago de volta - uma boa desculpa para rever os lugares que tanto admirei.
É uma medalhinha de ouro: Nossa Senhora Desatadora dos nós .
Comprei-a pois achei significativa sua função: quantos nós temos para desatar! Coloquei-a no pescoço.Um dia,cometi uma imprudência e me vi num aperto só!Agarrei-me com a medalhinha e pedi,pedi, dias seguidos,que me libertasse daquele nó.E quando o nó se desfez,minha gratidão revive toda vez que conto esse " causo": eu a perdi.!Guardei-a tão bem guardada pois ia para Belo Horizonte e me disseram: " nada de cordão de ouro no pescoço.É um perigo!"Ao voltar,incólume,não me lembrava de onde a colocara.E nesses cinco anos que fiquei sem ela,nunca me esqueci de procurar e pedir ao Menino Jesus de Praga( meu achador das coisas que perco).E hoje,ao tirar do armário uma bolsa preta,antiga,eu a achei,guardada numa caixinha.E só tenho cantigas de louvor e gratidão!Minha desatadora de nós voltou para o lugar dela: numa correntinha,no meu pescoço.
Dizem que a fé remove montanhas.A minha encontra meus achados e mantém minha esperança de rever os perdidos!
Maria Neusa - setembro de 2009