Um encontro Kaô.
Um encontro Kaô
Eu tive um encontro com a Márcia, uma colega, que convidou a Adriana, uma mulata muito bonita e mais um conhecido. O horário do encontro estava mais para a casa do horror do que para o lazer. Foi a 1 hora da madruga. É mole? A Nossa confluência foi no reformado Arcada, um bar lotadão, perto da boemia da Lapa carioca, num feriado de 2007.
As ruas próximas, estavam congestionadas de boemios da noite, e nós paramos nas esquinas das ruas Riachuelo e Gomes Freire onde o burburinho fervia, pessoas bebendo, trânsito engarrafado, muita poluição sonora etc. Diante a demanda de clientes do bar Arcada, procuramos outra casa, na mesma rua, há poucos metros do primeiro.
Aliás, na verdade um botequim pé pra lá de sujo. Em vez de vender chopp, vendia cerveja, suas mesas de plásticos, suas poucas cadeiras eram do mesmo material. Salão largo, sem decoração que fizesse bem aos nossos olhos. Não usei o banheiro, mas as referências eram cômicas.
Ao chegarmos nesse local, a Márcia, minha colega, se quer esquentou lugar, menos de 5 minutos e recebeu um misterioso telefonema. Levantou e disse que levaria a chave da casa para o irmão e não demoraria. No mesmo momento, Adriana, a mulata, usa um pretexto, também enigmático que apanharia uma amiga próximo dali, também com a promessa de voltar logo.
Pois bem, leitores! As duas sairam pela porta do boteco e ficou eu e o colega delas conversando, até esse bater as asas para ver a namorada e quinze minutos já se passaram após a saidas delas. De três pessoas, agora ficou eu sozinho com as garrafas das cervejas vazias e outra pela metade. Agora a Márcia volta, cinco minutos após o colega sair. Penso logo que ela veio para ficar.
Sim, estava esperando por elas, foi para isso que marcamos esse encontro, se é que pode-se chamar assim. Mas ledo engano, A Márcia volta com aquilo que chamamos de "kaô", argumentando que liberou a Adriana para chegar logo e me fazer companhia e que já tinha tempo. Só que a bela mulata estranhamente não chegou.
Ela, a Márcia? Após dizer esse "kaô", nem sentou, nem bebeu uma gota de cerveja, foi embora, dizendo que a esperasse, pois voltaria já. Na verdade a Márcia só foi apanhar uma flanela que a bela mulata esqueceu sobre a mesa do botequim. Mas leitores, ela não foi entregar a chave ao irmão...e por quê se retirou sem dizer-me se entregou ou não a chave ao parente?
Leitores, esperei-as até duas horas da manhã, sozinho numa mesa de boteco e elas não voltaram. Ainda telefonei de casa para a Márcia, disse-me que elas estavam voltando, que foi ao bar mas não me encontrou. No dia seguinte a tarde voltei ao botequim, e perguntei ao garçon se elas tinham voltado, o mesmo disse que não.
Quando eu penso nesse fato, a primeira idéia que me vem a mente é que fui vítima de uma amarga brincadeira das garotas. Elas com certeza devem ter tido dor de barriga de tanto rir. Por causa dessa situação inusitada, desde o horário do encontro, passando pelo seu desenrolar, tudo não passou de algo que não aconteceu.
Foi tudo uma noite de mentira, não de 1º de abril, mas sim, de 15 de novembro. Diante dos acontecimentos vividos e impostos pela minha amável e saudosa amiga, batizei-a com um sobre nome bem original. Kaô. Foi kaô encontro, foi kaô as presenças delas, foi kaô toda uma situação.