Divórcio, Casamento e Real (R$) idade
Ontem à noite. Na verdade já era hoje, pela madrugada, conversando com uma amiga acerca de alguns dos muitos problemas que me perturbam, entramos em uma discussão assaz construtiva sobre casamento!
Ela, casada, me afirmou com extrema convicção que “O casamento é algo concreto, e que pode ser uma experiência interessante”! Eu, que conheço relativamente bem casamento de observar o dos outros, e de servir de “ouvidor polido de lamúrias...” atentei para tudo aquilo e comecei a pensar com meus botões!
Um dia antes, outra amiga, solteira - na verdade ela namora - me perguntou se determinadas crônicas que eu escrevia eram oriundas de experiências vividas... Depois dessa pergunta e da conversa eu re-li alguns desses textos e comecei a me achar o sujeito menos romântico do mundo! Pensei se todas essas prováveis “experiências” amorosas não teriam passado de mera overdose de ocitocina, seguida de liberações de serotonina... E esses mecanismos fisiológicos todos que nos deixam alienados!
Além de tudo isso, tenho escutado de algumas pessoas emocionalmente frustradas com as quais convivo que esse “amor das novelas” não tem possibilidade de existir! Acho que falam assim, pois nunca amaram de verdade... Suponho que não tenham sentido 1/5 do que eu já senti em minha breve existência! Não quero acreditar nessa teoria desanimadora, entretanto, por conta “dos muitos problemas que me perturbam”, tenho que experimentar algumas situações.
Disse a minha amiga do diálogo da antemanhã que a solução mais prática já inventada para solucionar problemas de natureza “sentimental” chama-se divórcio! Ela, veementemente apaixonada pela instituição matrimonial e pelo consorte instituído matrimonialmente rebateu: — “Ilusão sua, o casamento é “Real””! Em tréplica respondi: — “Realmente, o casamento é R$ (Real), na verdade Reais... E muitos... Gastos muitas vezes sem sentido nenhum!” Não ache com isso que eu não amo! Pelo contrário, contudo, amar não obrigatoriamente implica em casar! E continuando acrescentei: — “Quando se vê que o casamento está atrapalhando o Amor, a melhor coisa a fazer é empregar a Realidade (R$) no divórcio, pois, por mais que ele também seja R$ (Real), ao menos os corações se tornam livres pra procurar viver um amor de novela”!
Hoje, pouco antes de publicar, mostrei essa crônica a uma amiga que discordou de mim com ímpeto e me deu sua interpretação da obra: — “O problema é que você, todo romântico, ficou incomodado com essa imagem transmitida e agora, na tentativa de parecer mais duro tenta distorcer visões, inclusive a sua, mostrando-se aturado e invulnerável”! Minha nossa... Esse foi o comentário que me fez refletir se deveria ou não publicar isto! Resolvi promulgar! Vai que a opinião de mais românticos invulneráveis, realistas ou pseudosóbrios desacreditados do amor possam me auxiliar nas reflexões!