Com o pé na estrada
Há pouco mais de dois anos, fui a trabalho até o município de Amparo, cidade que fica no interior do estado de São Paulo e que é conhecida como a Capital do Circuito das Águas.
No trajeto desde São Paulo até lá, peguei a rodovia Fernão Dias, depois a D. Pedro I e, por fim, uma outra, cujo nome não me lembro, mas que levava até meu destino em Amparo.
Ah! Quanto coisa linda no caminho; tanto verde, tanta imagem bucólica de vaquinhas pastando e coisas do gênero. Num ponto qualquer dessa viagem, havia uma placa que indicava o acesso a dois bairros de uma das cidades que é cortada por alguma daquelas rodovias. Na dita placa lia-se:
“B. Mato Dentro
B. Morro Azul”
Não consegui evitar o riso, afinal, ali estava um lugar onde a sobrevivência era feita realmente de matar ou morrer. Ou mato dentro, ou morro azul.
Dali em diante, fiquei pensando nos nomes de outras localidades espalhadas por ai. Deixei-me imaginar que Monte Alegre deve ser o paraíso dos haras; Pouso Feliz, com certeza, é o lugar mais seguro para voos de asa delta; Extrema não comporta ninguém com meias medidas; Curralinho.... Bem! Deu para entender o raciocínio.
Chegando em Amparo, contudo, juro que pensei em me mudar em definitivo para lá. Imaginei que, talvez, assim, nunca mais eu me sentisse desampardo. Porém, lembrei-me que adoro esta São Paulo onde vivo, apesar das duras batalhas cotidianas que se travam por aqui. Aliás, no ensejo veio a calhar a lembrança daquela epístola de Paulo a Timóteo, onde ele falava sobre a “boa luta”.
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