7 DE SETEMBRO

7 DE SETEMBRO

A nobreza desta data se manifesta na civilidade de um povo ordeiro e leal à sua Pátria e à sua gente. Foi desta forma que vi acontecer o desfile cívico de nossa Guaçuí. Porém meu coração vibrou, emocionado, quando entrou, debaixo de uma garoa fina, nossa admirável Academia Guaçuiense de Letras e Cultura. Ao cair da chuva, nossos passos seguiam confiantes. Éramos nós que levávamos o nome cultural de nossa cidade no peito, no coração. Ao continuar da chuva marchamos diante do povo que, alegre, aplaudia. Éramos poucos, mas os valentes que se propuseram a participar e a enaltecer nossa entidade estavam lá.

Ali estava nossa genitora, posso assim dizer porque é a professora mais antiga de nossa cidade, dona Ivanete da Silva Glória Dalmácio, presidenta honorária da AGLC, a qual já ministrou aulas até mesmo para o atual presidente da Academia de Letras do Espírito Santo, Dr. Francisco Aurélio Ribeiro. Seguíamos ambas, lado a lado, eu, além de sua admiradora, também fui sua aluna. Com orgulho levávamos o estandarte com o logotipo onde se veem, pelas mãos da grande artista plástica Aline de Paula Macedo(também de nossa academia), o desenho de um livro aberto, representando as letras; um pincel sobre ele, simbolizando as artes plásticas; as máscaras da comédia e da tragédia, símbolo das artes cênicas; as notas musicais, apontando para os artistas, instrumentistas e músicos de Guaçuí. Um pouco atrás iam duas professoras, nossa querida secretária Veralúcia Moraes, poetisa conhecida de todos Guaçuienses, que também escreve no RL, e Eliane Correa, igualmente poetisa,coordenadora do Cine Clube de Guaçuí , participante do RL e integrante do grupo de teatro “Gota, Pó e Poeira”, de sucesso em nível nacional, mulheres batalhadoras e esforçadas, que elevam a cultura de nossa cidade. Por fim, chegamos ao trio masculino, os “mosqueteiros”, aqueles que, com inteligência e capacidade, tanto nos têm nos ajudado, grandes nomes das artes em nossa cidade: Roosevelt Silveira, escritor de renome nacional, escrevendo lado a lado com grandes nomes da literatura evangélica; debaixo de suas madeixas brancas, anos de experiências na arte da escrita, possuindo uma das maiores bibliotecas particulares do nosso Estado. Com ele, seguiam Miguel Lamas, poeta, escritor de um romance capixaba famoso, intitulado “O Voo da Libélula do Caparaó”, onde parte do enredo se desenvolve em nossa Serra do Caparaó, e Carlos Ola, jovem, mas com experiência e profundo conhecimento da cultura, artes e letras de nosso Município, tendo sido diretor do jornal “O Espírito Santo”, onde comecei a publicar os meus escritos; poeta e dramaturgo de âmbito nacional, ele organizou e é diretor do Grupo teatral “Gota Pó e Poeira”.

Assim, esse grupo coeso, unânime em nossos propósitos, forte, entrou pela avenida, molhando o corpo, a alma e o coração, vibrando pela Pátria amada, de mil cores. Marchamos debaixo de chuva, pois ali não éramos nós e sim nosso Torrão natal. No final, abraçados em forma de um círculo, unimo-nos, cabelos molhados e ao vento, sorriso de vencedores. Deixamos, em nossos rastros pela avenida onde passamos, a certeza de que somos uma Academia que ama nossa Pátria, nossa terra, nossa gente e o nosso querido Brasil.

Heliana Mara

Presidenta da AGLC

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