Dança dos espíritos bem aventurados
Dança dos Espíritos bem-aventurados
Tenho o pensamento distante, mas tão distante, que sinto ter-me perdido no além; no além de todas as coisas lógicas ou mesmo obscenas, que fluem numa cadência amena, muito amena. Por que meu pensamento divaga tanto e tanto, tanto mais devagar que todo pranto? Deve ser uma questão transcendental, que influi no meu sentimento; provavelmente esse maravilhoso solo de Guiomar Novaes interpretando a Dança dos Espíritos Bem-Aventurados. Sim, você é a responsável Guiomar; você liberta com seu toque mágico os espíritos do bem e do mal, que se misturam ao teu canto, ao teu canto santo, ao teu toque divino, ao teu acalanto e a um som de pranto, corrido...corrido...sofrido...sofrido...Estranho, mas, não consigo escrever com a costumeira fluência, que me faz reler e nada mudar, pois, as tolices também têm vida. Corre e me traga um copo d'água Guiomar, larga o piano e corre Guiomar, que não posso acabar como Judas Fawley; começo a errar demais e isto é mau Guiomar; corre Guiomar e me deixa em paz, mas não com sede neste domingo de junho.