QUANDO DECIDI SORRIR

Andava eu num dia de sol, nesta cidade cheia de gente que nunca para, nem a cidade nem a gente, enfim era mais uma andar cercado por uma multidão de gente.

Pensava na vida e neste momento a vida estava valendo a pena de ser pensada, quando vi que muitos das gentes que me cercavam me olhavam, me fitavam, não um olha passageiro, mas um olhar de quem pergunta: - O que se passa?

Percebi neste momento, que eu estava rindo sozinho na multidão, um sorriso que me estampava a cara, que me tirava do lugar comum, dos andantes inertes, que só parecem viver sobrevivendo, um sorriso notado. Lembrei neste momento da expressão: “Rindo como um bobo.”

Por um micro instante pensei em apagar o sorriso, em fazer uma cara que mais combinasse na multidão, mergulhar nela, mas não. Não pararei de sorrir, escolho ser um bobo sorrindo, a opção de ser uma gente sobrevivente, anônimo e camuflado; quero mais é sorrir.

Assim foi que decidi sorrir.

Tempos mais tarde, fui convidado para conhecer um iluminado, do tipo que as pessoas fazem uma merecida fila para conhecer, pois vale mesmo cada momento.

Estava eu na fila ainda longe do mestre, e mesmo de longe percebi que ele estava sorrindo, não um riso apenas, mas sim um sorrir permantente, não saia de sua face, contavam coisas a ele ali com dor e preocupação, ele ouvia, dava conselhos, bênçãos, agia, mas o sorriso não perdia.

Lembrei da historia do sorriso bobo que escolhi preservar, e ao chegar perto do sorridente iluminado uma coisa aprendi, ali naquele momento nada mais tinha a perguntar, so sorri, e passei.

O que aprendi ali? Que a vida iluminada é uma questão de escolhas, e quando se consegue manter a felicidade de forma mais constante, ou se a perdemos, não ficamos vagando em nossas raivas e desilusões mas para a felicidade voltamos, estamos sim no caminho da iluminação.

Assim escolho sorrir. Decido viver na felicidade. Claro que não sou iluminado, não é este o objetivo, mas cortejo a felicidade em minha vida sempre e nela escolho sorrir e viver.

Guilherme Azambuja
Enviado por Guilherme Azambuja em 06/09/2009
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