Meu companheiro
O tempo hoje é o meu companheiro. A ele dedico alguns dos meus mais profundos pensamentos. Tento convencê-lo de que me dominar não é a saída... Querer extrair de mim os suspiros de uma vida cansada, tortuosa, intensa parece ser o seu objetivo comigo. Mas sei que não apenas é isso...
Acho que ele ora corre rápido ora devagar quase parando... atrás de mim... me olhando às espreitas... esperando somente uma decisão mais forte. Um passo mais pesado. Ou apenas um sinal, daqueles que aparecem ao acaso.
O meu companheiro, o tempo, todavia, não tem todo tempo do mundo!
O “meu” companheiro é fugaz. Escapa das minhas mãos... dos meus pés..do meu corpo.
Ele joga palavras na minha mente dizendo que a melhor forma de aproveitá-lo é viver intensamente. “Viver intensamente... viver intensamente... viver intensamente! Viva intensamente, querida!”.
Que é viver intensamente?
É não deixar de fazer aquilo que se gosta por nenhum outro motivo.
É não ligar para o que os outros pensam em julgamentos sem fundamento ou laboriosamente inventam de sua vida.
É se deixar experimentar todos os sentidos... para mais tarde não se arrepender de não ter sentido as diversas sensações de um mundo latente!
É perder menos tempo reclamando do não realizado e determinadamente ir em frente realizando!
É, sobretudo, não ter medo de errar, topar com a cara no chão e se levantar... com arranhões..feridas... Mas com a cabeça erguida e feliz por não estar se limitando a não tentar!
Às vezes o meu companheiro me decepciona, mas sei que a culpa não é só dele. Sei que também é minha culpa porque me esqueci de viver intensamente! Ainda bem que existe o perdão!
06 de setembro de 2009.
Ângela Pereira.