Ser Platéia.
A cada dia que passa me pergunto como é possível ser platéia na vida das pessoas que se gosta.
É um exercício de vida dos mais difíceis e dramáticos de se executar.
Escuta-se coisas que gostaríamos de replicar imediatamente mas o bom senso e o respeito pela vida do outro nos faz calar.
Ficam presas na garganta todas as letras, palavras, frases...
Em geral, não somos ouvidos quando colocamos nossa experiência em ação.
Por que será?
Por estarmos mais velhos ou por pensarem que não raciocinamos mais?
Talvez o erro seja a vontade de que o outro não sofra ou, pelo menos, que não se machuque em situações que se repetem e se mostram tão doídas ao serem vividas.
Por que não aproveitar o que é oferecido?
Por que todos devem repetir os mesmos erros para então aprenderem uma lição que está, desde sempre, presente em nossas vidas?
Entendo que a cada situação se perceba uma nuance diferente e que viver o momento é primordial para o crescimento de cada um mas, entendo também que analisar o que nos é ofertado deveria fazer parte do cotidiano.
Sei que aprenderei a lição que a vida está me ensinando mas, por enquanto, fica ainda um sabor amargo, um suspiro doído e uma vontade de correr e abraçar a pessoa querida.
O desejo é que todos possam passar por seus caminhos e que ao final, com marcas ou não, tenham feito o seu melhor.
Um dia, serei platéia!