A LIBERDADE ENTRE GRITOS E SUSSURROS
 
 



Certa vez escutei que minha educação era sinal de fraqueza. Exercitar a gentileza pode, em alguns lugares, denotar total falta de senso de observação do indivíduo que nunca será atendido, se pronunciar frases em tom de voz civilizado, e cometer o pecado mortal contra a truculência, ao iniciar e terminar as frases com "por favor" e "muito obrigado".


Creio que a comunicação é um desafio constante justamente por isso.
Há aqueles que se comunicam na base do grito. Atropelam, ridicularizam, xingam, invadem, ironizam o tempo todo e assim mascaram sua agressividade numa despretensiosa brincadeira.


O humor, em última instância, é a sublimação da força agressiva. E cada um se utiliza dele como deseja.


Alguns preferem usá-lo para divertir, entreter e levar uma possível reflexão crítica do cotidiano e do lado patético da alma humana.


Outros preferem o escudo e a arma da ironia para ferir e cortar, trocar farpas e passar a impressão de domínio da situação na presença de terceiros.


Comunicar o pensamento é tarefa sem garantia. A interpretação do texto é livre, assim como o escritor e quem o lê.


Uma das lições que levo para viagem no feriado da "Independência" é esta questão da liberdade.


Liberdade de expressão é garantir ao outro o espaço para que ele diga o que bem entende, principalmente o que eu nunca diria. E isso não me torna melhor nem pior do que ninguém.


A diversidade de olhares é o fruto da liberdade.



(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 04/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1792330
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