A Morte

A morte

De repente, você precisa se acostumar a simplesmente não ter mais aquela pessoa que estava ao teu lado. Você que passou uma vida inteira com ela, tem que aprender a não ouvir mais aquela voz, a não encontrar mais aqueles olhos, a não sentir mais aquele cheiro...

A morte, companheira inevitável da vida, não dá tempo para despedidas, te arranca até os últimos minutos. Quantas coisas deixaram de ser ditas. Quantas coisas deixaram de ser feitas.

Nós, que tínhamos planejado sair, conversar bastante, dar boas risadas... Agora resta a lembrança saudosa e embaçada de tudo o que existia e não há mais. Restam ainda aspectos tangíveis de alguém que não é mais possível ser encontrado, ser abraçado. Roupas, cadernos, diário, a casa... Tudo continua exatamente como antes, exceto pelo vazio que consome todos os cômodos.

Como disse Bial, “a morte é uma piada sem graça”. Uma piada que coroe, que deixa feridas expostas, saudades contínuas. A morte é a lembrança viva de que não somos eternos (não neste mundo), de que cada milésimo de secundo é tempo mais que suficiente para deixarmos de existir ou perdermos alguém importante.

Como diz o ditado: para morrer basta está vivo!


04 de setembro de 2009, Tx. de Freitas-BA
Hari Alves
Enviado por Hari Alves em 04/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1791736
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