CHAMEGO
“_Olhos lindos que você tem.” Mas só posso pensar, falar apenas o trivial. Me policio para não deflagrar o que sinto diante de você. Mas minhas mãos tremem e derrubo bebida em meu vestido.
Teimo em não te monitorar, mas meus olhos não obedecem. Uma espécie de hipnose que seu jeito tímido é capaz de fazer com o meu jeito altivo.
(Na esquina, teu pescoço. Só eu me apaixono por pescoços... salivo com a imagem de minha boca mordiscando teu pescoço...)
Silêncio. Olho para o lado, preciso mudar de assunto.
Estranho eu ainda ter seu perfume entre meus dedos, mas não me lembrar do gosto de sua boca.
“_Pare de olhar para mim e me beija!”
“_Me abrace logo porque vou sufocar”
“_Quero você dentro de mim!”.
Todas em todas as tolices que me fazem corar e falo com você assuntos triviais. Faço força para disfarçar o meu ciúme quando você acaricia uma outra mulher.
Não sei explicar para meus instintos que não temos nenhum compromisso, porque eu não paro de pensar em você e no quanto você é essencial em minha vida, como se você não tivesse apenas surgido, mas sempre fizesse parte de mim.
Onde está o teu mapa? Cadê o seu tradutor? Será que existe cursos para desvendar seus passos?
Meu menino carente, com cara de colo... no fundo, quem quer teu colo sou eu.