ELEGÂNCIA

Não me acostumo com deselegâncias...

Não nasci numa família cheia de frescuras, nem cresci vendo homens de terno e mulheres de salto. Não falo da elegância exterior, nem de modismos...

Não me acostumo com a deselegância do trato,

do conduzir relações,

do acordar, do caminhar pela casa...

Admiro a elegância da postura diante da Vida. Admiro a elegância dos sentimentos. Admiro a elegãncia dos gestos, das cabeças erguidas. Não pela correção de uma postura externa... Falo do que vem de dentro.

Minha mãe é uma pessoa doce. Se veste simplesmente, se ocupa dos afazeres domésticos. Muitas e muitas vezes a vi com os cabelos desalinhados, suada, com um vestido solto, chinelo de dedo, correndo para dar conta dos seis filhos, marido e os serviços da casa.

Minha mãe é uma pessoa elegante. Não sei se de natureza ou de aprendizados. Conheci minha mãe e ela já era adulta...

Nunca a ouvi dizer palavras feias, ter gestos ou atitudes constrangedores ou se expor de uma forma vulgar. Ela não usa salto, cremes, brincos e maquiagem. Minha mãe caminha docemente e colhe as roupas do varal com elegância.

Algumas vezes a vi sair de seu eixo. Acostumada ao contrário, aprendi a sentir, rapidamente, a diferença entre uma coisa e outra...

Não, eu não me acostumo com deselegâncias! As do trato, do conduzir relações, do acordar, do caminhar pela casa, da postura diante da Vida, dos sentimentos, dos gestos, das cabeças erguidas... Não pela correção de uma postura externa... Falo do que vem de dentro.

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 03/09/2009
Código do texto: T1789806
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