100 - UMAS E OUTRAS DO ZE LOPÃO...
Para minha amiga Celina Figueiredo
Caso 01
Lá vem ele sobre seus sapatos pretos com suas meias vermelhas, as mãos enfiadas nos bolsos da batina andar vagaroso mas passos firmes e cadenciados...Até parece que o vejo todos os dia, ainda hoje. Figura incorrupta, grande pregador.
Na hora da homilia em suas missas bem que poderia dispensar o microfone tal era o som do seu vozeirão; este era o Padre José Lopes dos Santos o pároco lá da cidade de Itabira do Mato Dentro. Esta é a imagem que fixou nas minhas retinas desde lá da E.E.M.Z.A onde ele era diretor ou das missas rezadas na Matriz de Nossa Senhora do Rosário.
Ele tinha também suas esquisitices gostava de controlar tudo e todos na sua paróquia. Como coadjuvantes neste mistér sempre havia um beato ou beata que lhe dava as informações. Não raro ele dizia nas suas pregações que sabia de tudo que estava acontecendo em qualquer bairro de sua jurisdição? (responsabilidade).
Quando mais jovem lá em Itabira nas épocas de festas da Igreja, principalmente da padroeira tinha novena o mês inteiro, ladainha todos os dias de feira, isto é exceto sábado e domingo. “As barraquinhas no átrio da matriz cobriam toda a área, isto do “pirulito para dentro” porque ele não queria ninguém comercializando do “pirulito para fora”.
Explicando bem, "o pirulito” era o monolito em forma de obelisco fincado lá no fim do pátio da igreja. Na hora de armar a procissão ele sempre dizia que os fieis como cordeirinhos tinham que fazer filas distintas, homens separados das mulheres. Para a época tudo bem se fosse hoje ele ia dar conta não! Padre naquela época era chamado para resolver qualquer parada, desde briga de vizinhos até palpitar na política. Aliás ele não gostava de perder uma só reunião na câmara municipal, sorte dele que as reuniões eram bem perto da casa paroquial situada ao lado do Grupo Escolar Coronel José Batista. Estou falando em sorte mas não é bem o caso. No entorno da Igreja matriz num raio de menos de 500 metros estavam localizados os principais núcleos das decisões da comunidade:
01 - A Própria Igreja Matriz,
02 - A Prefeitura Municipal, depois Câmara e agora Museu, na Praça do Centenário,
03 - Agência dos Correios,
04 - Cemitério do Cruzeiro,
05 - Cadeia Municipal Major Paulo Pereira,
06 - Hospital Nossa Senhora das Dores, na antiga na Rua Major Paulo.
07 - Casa do Poeta Carlos Drummond de Andrade,
08 - Colégio Nossa Senhora das Dores,
09- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (Rosarinho),
10- Asilo São Vicente de Paula.
Tá visto que não era questão de sorte!
Caso 02.
Certo dia ao entardecer, tendo terminado a reunião da Câmara o Padre Ze Lopão subindo em direção a sua casa juntamente com certo vereador de porte tão grande quanto o seu, os dois andando lado a lado pareciam dois irmãos (não só em Cristo). O certo é que duas das suas colaboradoras na Igreja viram aquela cena e acharam muito estranhos e ficaram matutando uma maneira de falar com o padre sobre sua ignota companhia.
No dia seguinte quando estavam preparando para a ladainha perguntaram ao padre, dizendo não terem visto direito quem era seu parceiro do dia anterior. Ele já estava com resposta pronta de forma comedida, o que não era bem o seu estilo:
- Não se preocupem Irmãs eu cuido só das almas, o resto é com o outro.
Seu companheiro era o Sô Zinho. (José dos Santos Cruz – Vereador naquela época).
Nas duas casas do Legislativo Itabirano sempre houve um pequeno Salão chamado de Plenarinho Monsenhor José Lopes dos Santos.
Caso 03
Contaram-me estranho caso era bem assim:
Mandaram um Jeep apanhar o Padre na sua residência para que ele pudesse encomendar um corpo (digo a alma) de um infeliz que morrera afogado lá pelos lados da Usina de Dona Rita local onde estava instalada para geração de eletricidade para a Cia. Vale do Rio Doce.
Dizem que o cara ou melhor o presunto já estava derretendo de tantos dias dentro da água. A estrada era ruim, muita poeira e um calor dos diabos; o padre já estava pra lá de nervoso quando chegaram ao local. Cem metros de distância e já estava fedendo prá ...caramba! O padre já chegou com um lenço tapando o nariz e foi logo perguntando: “por que vocês tiraram o cara d’água podiam deixar os peixes acabarem o serviço, enterrar o coitado não lhe fará diferença alguma”.
A cova já estava aberta bem no leito do rio e os mosquitões azuis faziam um zumbido danado tinham até alguns urubus pousados nas pedras imaginando algum banquete.
“Pelo menos vocês sabem quem é o indigitado”?
Antes que alguém o respondesse ele mesmo disse: “isto também não interessa”.
Pediu a um dos presentes que segurasse o livro dos ofícios na página correta e com mão esquerda tapava o nariz, com a direita benzia o defunto ou o que dele restava, sapecou a encomendação e disse: “está encomendada...Ufa! Vai feder assim nos infernos”.
Para minha amiga Celina Figueiredo
Caso 01
Lá vem ele sobre seus sapatos pretos com suas meias vermelhas, as mãos enfiadas nos bolsos da batina andar vagaroso mas passos firmes e cadenciados...Até parece que o vejo todos os dia, ainda hoje. Figura incorrupta, grande pregador.
Na hora da homilia em suas missas bem que poderia dispensar o microfone tal era o som do seu vozeirão; este era o Padre José Lopes dos Santos o pároco lá da cidade de Itabira do Mato Dentro. Esta é a imagem que fixou nas minhas retinas desde lá da E.E.M.Z.A onde ele era diretor ou das missas rezadas na Matriz de Nossa Senhora do Rosário.
Ele tinha também suas esquisitices gostava de controlar tudo e todos na sua paróquia. Como coadjuvantes neste mistér sempre havia um beato ou beata que lhe dava as informações. Não raro ele dizia nas suas pregações que sabia de tudo que estava acontecendo em qualquer bairro de sua jurisdição? (responsabilidade).
Quando mais jovem lá em Itabira nas épocas de festas da Igreja, principalmente da padroeira tinha novena o mês inteiro, ladainha todos os dias de feira, isto é exceto sábado e domingo. “As barraquinhas no átrio da matriz cobriam toda a área, isto do “pirulito para dentro” porque ele não queria ninguém comercializando do “pirulito para fora”.
Explicando bem, "o pirulito” era o monolito em forma de obelisco fincado lá no fim do pátio da igreja. Na hora de armar a procissão ele sempre dizia que os fieis como cordeirinhos tinham que fazer filas distintas, homens separados das mulheres. Para a época tudo bem se fosse hoje ele ia dar conta não! Padre naquela época era chamado para resolver qualquer parada, desde briga de vizinhos até palpitar na política. Aliás ele não gostava de perder uma só reunião na câmara municipal, sorte dele que as reuniões eram bem perto da casa paroquial situada ao lado do Grupo Escolar Coronel José Batista. Estou falando em sorte mas não é bem o caso. No entorno da Igreja matriz num raio de menos de 500 metros estavam localizados os principais núcleos das decisões da comunidade:
01 - A Própria Igreja Matriz,
02 - A Prefeitura Municipal, depois Câmara e agora Museu, na Praça do Centenário,
03 - Agência dos Correios,
04 - Cemitério do Cruzeiro,
05 - Cadeia Municipal Major Paulo Pereira,
06 - Hospital Nossa Senhora das Dores, na antiga na Rua Major Paulo.
07 - Casa do Poeta Carlos Drummond de Andrade,
08 - Colégio Nossa Senhora das Dores,
09- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (Rosarinho),
10- Asilo São Vicente de Paula.
Tá visto que não era questão de sorte!
Caso 02.
Certo dia ao entardecer, tendo terminado a reunião da Câmara o Padre Ze Lopão subindo em direção a sua casa juntamente com certo vereador de porte tão grande quanto o seu, os dois andando lado a lado pareciam dois irmãos (não só em Cristo). O certo é que duas das suas colaboradoras na Igreja viram aquela cena e acharam muito estranhos e ficaram matutando uma maneira de falar com o padre sobre sua ignota companhia.
No dia seguinte quando estavam preparando para a ladainha perguntaram ao padre, dizendo não terem visto direito quem era seu parceiro do dia anterior. Ele já estava com resposta pronta de forma comedida, o que não era bem o seu estilo:
- Não se preocupem Irmãs eu cuido só das almas, o resto é com o outro.
Seu companheiro era o Sô Zinho. (José dos Santos Cruz – Vereador naquela época).
Nas duas casas do Legislativo Itabirano sempre houve um pequeno Salão chamado de Plenarinho Monsenhor José Lopes dos Santos.
Caso 03
Contaram-me estranho caso era bem assim:
Mandaram um Jeep apanhar o Padre na sua residência para que ele pudesse encomendar um corpo (digo a alma) de um infeliz que morrera afogado lá pelos lados da Usina de Dona Rita local onde estava instalada para geração de eletricidade para a Cia. Vale do Rio Doce.
Dizem que o cara ou melhor o presunto já estava derretendo de tantos dias dentro da água. A estrada era ruim, muita poeira e um calor dos diabos; o padre já estava pra lá de nervoso quando chegaram ao local. Cem metros de distância e já estava fedendo prá ...caramba! O padre já chegou com um lenço tapando o nariz e foi logo perguntando: “por que vocês tiraram o cara d’água podiam deixar os peixes acabarem o serviço, enterrar o coitado não lhe fará diferença alguma”.
A cova já estava aberta bem no leito do rio e os mosquitões azuis faziam um zumbido danado tinham até alguns urubus pousados nas pedras imaginando algum banquete.
“Pelo menos vocês sabem quem é o indigitado”?
Antes que alguém o respondesse ele mesmo disse: “isto também não interessa”.
Pediu a um dos presentes que segurasse o livro dos ofícios na página correta e com mão esquerda tapava o nariz, com a direita benzia o defunto ou o que dele restava, sapecou a encomendação e disse: “está encomendada...Ufa! Vai feder assim nos infernos”.