Carros, uma paixão!
Não fiz pesquisa nem me aprofundei no assunto a seguir, apenas tento refletir mais um ponto de vista, uma opinião de leigo sobre o assunto. As criações (design) de objetos quase sempre nos transmitem impressões, recados emocionais, captados pelo sentido da visão que, de alguma forma, nos remete a referências que não costumamos nos empenhar em discernir. Foi certamente motivado por essas respostas que os desenhistas de automóveis, por exemplo, cedendo à necessidade de vendas de suas empresas, criaram obras primas desde o momento em que esse filão do mercado externou suas preferências. No início, os automóveis mais pareciam carruagens motorizadas, mas aos poucos foram se desgarrando dessa aparência, embora ainda persista o conceito inicial em suas diversas formas inclusive a de comunicar em que classe se enquadra os seus ocupantes. O desenho do automóvel se transformou em obra de arte, principalmente na Europa, onde os italianos se tornaram famosos. Ingleses e franceses, mais pragmáticos, devido quem sabe às ruas estreitas de Londres e Paris, também imprimiram seus estilos e na Alemanha o perfeccionismo dos carros de série conquistou o respeito até os dias de hoje. Ícones como Ferrari, Porsche, Rolls-Royce, Merceces-Benz, BMW, Jaguar povoam os sonhos dos aficionados que os possuam ou não, dado à personalidade de suas linhas, aliado ao alto nível de suas performances. Entretanto, é nos Estados Unidos que os desenhos dos automóveis foram usados para despertar sensações como exuberância, luxo, aerodinâmica, esportividade e outras menos aparentes, sem economizar nos tamanhos (as cidades planejadas americanas suportavam as dimensões avantajadas). O constante exercitar da criatividade para atender um mercado ávido e poderoso criou uma escola que eu considero insuperável em termos de estética para veículos de classe média e até mesmo popular. Surgiram e ainda persistem modelos antológicos como os Cadilacs, Mustangs, Camaros, Pontiacs e dezenas de modelos que se reciclaram através dos anos sem que se abrisse mão de suas “personalidades” mesmo considerando os tempos de combustível bem mais caro. Os carros “rabo-de-peixe” teriam então dado início a um costume que hoje talvez se reflita no hábito dos utilitários modernos, geralmente a diesel. Citar os japoneses e mais recentemente os coreanos como referência de design seria injusto, no entanto, para atender a esse mercado, eles estão aos pouco conseguindo juntar a economia com a aparência embora, em minha opinião ainda não mereçam figurar entre os de melhor figura.