Marina Silva, candidata do PV. O arcaísmo articulado e com cara de chique.

Marina Silva candidata do PV. O arcaísmo articulado e com cara de chique.

Deu na Folha on Line:

"Defendida pela senadora Marina Silva (PV-AC), a exploração comercial de um fruto típico do Acre gerou um processo judicial por biopirataria contra a Natura. A gigante do setor de cosméticos tem relações próximas com a pré-candidata do PV a presidente.

A empresa é ré em uma ação do Ministério Público Federal na Justiça Federal do Acre em razão do suposto aproveitamento ilegal do fruto do murmuru, que é usado na produção de xampus e sabonetes.

A acusação é de uso comercial a partir do conhecimento tradicional do fruto pela etnia ashaninka, que vive na fronteira com o Peru".

O que eu acho:

Imagine se todos os descendentes de povos e culturas do passado resolvessem cobrar pelo “uso” de “seus bens culturais? Teríamos que pagar royaltye até para construir uma casa, fazer um café ou, chamar um taxi e, claro, usar uma determinada língua, para tanto! Os grandes saltos de progresso material da humanidade ocorreram, em parte, justamente pela difusão de tecnologias, entre povos e culturas diferentes - basta recordar o bronze, a roda, a escrita, os números, a imprensa. Mas, se aplicarmos a regra exagerada que vão sendo adotadas em relação aos chamados "bens culturais" em nossa vida cotidiana, em que pé ficaríamos hoje? Lendo um texto como este na Internet, é que não...

A associação de empresas capitalistas com os chamados “povos da floresta”, a meu ver, não passa de uma prática arcaica e bisonha - a despeito do esperto lucro envolvido, posto que resulta na manutenção de comunidades inteiras ao primitivo processo de coleta, estágio que caracterizou o alvorecer da humanidade, quando o homo sapiens ainda não tinha uma gerado uma de cultura capaz de gerar tecnologias suficientes para enfrentar e domar o meio natural.

Como esse negócio de socialismo não dá mais pé desde os anos 80, o negócio agora é ser "verde", lutar pela preservação da ararinha azul, do boto cor de rosa e, da amazônia.

Mas, à parte a causa nobre envolvida, um ponto de atacar e, bombardear os pilares da sociedade baseada na livre empresa, tudo de um um modo profissional - quero dizer, transformando isso num negócio ou, pelo menos, em oportunidade de renda, entrementes, é claro, a demonização constante do setor da agricultura e pecuária brasileiro, um dos mais competentes do mundo e, que se constitui na garantia perene de exportações e garantia de equilíbrio da balança de pagamentos do país (basta lembrar da forma como são classificados os agricultores pelo Sr. Ministro do Meio Ambiente, aquele que participou da "Marcha da Maconha").

A política de viés "verde", ao contrário do que tenta parecer, não tem nada de moderna. Pelo contrário, é um arcaísmo absurdo, que não dá oportunidade de evolução, para aqueles que se encontram no setor primário, isto é, catando sementes e frutos no mato...

Há tempos vi uma reportagem na televisão, versando sobre a quizila entre pequenos agricultores - uma parte, querendo derrubar parte da floresta de suas propriedades para criar gado leiteiro e, outro grupo, que queria manter o uso coletivo da floresta, para a manutenção do extrativismo de frutos, sementes, folhas, etc. É engraçado, mas o tratamento dado a questão, na reportagem, deixava claro a opção da emissora de tv e, a classificação dada aos agricultores: "Agressores do meio-ambiente"!

Existe muitos grupos e, pessoas concertadas no contínuo ataque ao direito à propriedade no Brasil, um dos corolários das democracias liberais e, concentram todo o poder de fogo na propriedade rural, como se essa fosse a raiz de todo o mal existente por aqui. Uma simples consulta à Constituição Federal e à legislação agrária e, ambiental e, é possível verificar o quanto o direito à propriedade da terra é, controlada e, ameaçada, no país.

O engraçado é que não vejo os valentes do socialismo decrépito e, ambientalismo doidivanas investir contra a propriedade do solo urbano e, da indústria em geral. E isso, me parece, ocorre por um simples motivo: é que esses tipos são bichos urbanos, que não estão afim de enfrentar problemas locais, nem têm experiência real com o meio ambiente e, especialmente com a dura vida do produtor rural. Por isso, elegem o setor rural para malhar, feito judas...

Voltando ao arcaísmo que articula determinados setores da indústria com o meio sertanejo, de várias regiões do país: o dono da Natura pode enriquecer, encher o rabo de grana e, ser enfim, um capitalista típico, fabricando produtos com a cara de "naturais do Brasil", "ecologicamente corretos" ou, o que seja. Mas, os agricultores que coletam os produtos para que ela fabrique tais produtos não podem ter a sua cultura ancestral corrompida, por assim dizer - têm de continuar como estevam, ou seja, no estágio de "coletores de sementes e frutos". E, Se mais gente retornar a esse estado ancestral, melhor ainda para os "verdes" e os empresários oportunistas.

Já chegando ao fim: Marina Silva, a ex-ministra do meio-ambiente que até hoje nos deve a revelação do motivo pelo qual deixou o governo de Lula, ao que parece, vai ser a candidata à Presidência da República pelo PV. Sua filiação ao partido, foi uma festa de VIPs, famosos e, paparazzis. O detalhe é que seu candidato a vice-presidente, ao que parece, é justamente... o dono da Natura, o bom moço mau!

A candidatura de Marina Silva é uma dessas provas de como o arcaísmo consegue articular diferentes setores, no Brasil - no caso, uma indústria de ponta e, o ambientalismo brasileiro, que envolve no processo, setores da população amazonica...

Arre!

Me lembro do velho Juca Chaves, cantando: "este é um país que vai pra frente!...” andando para trás.