Gustave Courbet, 00003490-Z

NOVO MÊS,NOVAS RESOLUÇÕES!
Se mês tivesse cor Setembro seria verde.Não apenas pela Primavera,o desabrochar das flores,pássaros cantando,a azáfama dos beija-flores fazendo seus ninhos.
Setembro lembra liberdade e esperança;as pessoas se sentem mais leves e energizadas,pelo menos,é assim comigo.
Sinto-me livre e isso é o bastante!
Para isso,criei minhas próprias regras;na minha casa,ninguém vem ser sem convidado,nem toca a campainha sem avisar.
A porta não se abre de repente,as pessoas não invadem meu quarto,nem sentam na minha cama;e o meu santuário,a biblioteca,onde leio,pesquiso e escrevo,só os mais íntimos têm acesso.Ninguém impede a minha reflexão,o meu exercício de pensar ou compromete minha privacidade.
Sou descortês?Talvez.
 Mas,como respeito demais a privacidade alheia,cuido para que a minha seja preservada.
Sempre gostei de novidades,de modificar alguma coisa e abandonar outras,tralhas sem importância.Inclusive pensamentos e idéias inoportunas ou caindo de podre.
Gosto de silencio e solidão.
A maioria das pessoas mal amanhece o dia,caminha,corre,exercita os músculos nas academias,mas,infelizmente não exercita a mente nos “jardins de Academus”,onde Platão e Aristóteles,costumavam freqüentar.
“Mens sana in corpore sano”,reza o adágio;porém,vemos que o corpo se exercita,mas,e a mente?
O espírito daqueles que só exercitam os músculos,às vezes é tão débil!
Billy Blanco,cantava,na sua música:”no corpo é atleta,no  crânio é menino”,falando dos mocinhos bonitos;mas,vale para as mocinhas também.
Acho que a ditadura da beleza está interferindo na nossa razão;todos têm que ser magros,sarados,esportistas,bonitos.
E a individualidade de cada um,onde fica?
Como uma nordestina como eu,fruto da mestiçagem,com bunda e peito,pode ser igual a uma nórdica,geralmente magérrima e chulada?
Daí,fico pensando;cada raça tem o seu estilo próprio de beleza que deve ser respeitado.
Se o corpo  através do exercício resiste a socos e pontapés,corridas ao sol escaldante,horas numa esteira,longas caminhadas,não seria mais fácil e mais agradável reforçar o espírito,para que pudesse de bom grado receber os golpes do destino,para que,mesmo derrubado e golpeado,pudesse se re-erguer com determinação e coragem?
O corpo,para estar bem,precisa de uma porção de coisas;já o espírito fortalece-se a si mesmo,se alimenta e se exercita sozinho.
Os atletas precisam de muita comida,muita bebida,anabolizantes,muito exercício;mas,a gente pode alimentar o cérebro com pouca coisa;um bom livro,meditação,introspecção,conhecimento de si próprio e de seus limites.
Do que a gente precisa para ser bom?
Basta a vontade.Basta acreditar nos seus valores.
O que deteriora,a meu ver,a nossa sociedade,é que,em lugar das pessoas olharem dentro de si mesmas,olham mais para o espelho e para o cofre.Querem comprar afeição.
Mas,admiração e liberdade não podem ser compradas.Elas brotam de dentro para fora;se a gente se gosta e se respeita,será amada e respeitada.
Temos que perder o medo da morte e da pobreza e da rejeição,pois esses medos tolhem a nossa felicidade.
Reparei que os pobres riem mais e seu riso é mais alvar que o dos muito ricos;esses,amanhecem o dia pensando na Bolsa,na economia,nas perdas,nos negócios e quase não têm tempo para sorrir.Seu riso é estudado e falso.
Os pobres se preocupam pouco ,pois dizem que “o pouco com Deus é muito” e se têm saúde,comem  seu feijão com arroz e um trabalho simples que lhes proporcione a sobrevivência e ainda sobre para a cachacinha do fim de semana,tá tudo ótimo.
Já os mais ricos mostram uma alegria fingida,ostentam o que não possuem,querem ser respeitados pelo poder e pelo dinheiro,estão acostumados a comprar pessoas.
Será que os chamados beneficentes fazem caridade por amor á Humanidade ou apenas querem dizer:eu dou porque posso,você recebe porque precisa;quem dá tem o poder!
A felicidade dessas pessoas é uma máscara usada em público;se a tirares,nós sentiremos compaixão por eles.
Os filósofos antigos recomendavam:
“Queres saber teu próprio valor? Esquece o dinheiro,as propriedades,a posição social e te avalia pelo teu íntimo,pela tua força e coragem e não pelo valor que os outros dão a ti.”
A isto eu chamo felicidade!


Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 01/09/2009
Código do texto: T1786203
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