O TEMPO VOA NA ACELERAÇÃO DA INFORMAÇÃO.

Para sempre há contemplar o tempo, não o relógio, mas o calendário. Antes cada ano parecia ser lento, cada mês parecia durar o suficiente para nos permitir reflexões, planejamentos tranqüilos, lazer e tranqüilidade de leituras infindas, livros que chegávamos a reler com um ritmo sereno de quem tem tempo para absorver o conhecer.

Mas, com o passar de poucos destes anos, o mundo começou a parecer girar mais rápido, a velocidade do calendário parecia acelerar, fácil entender a relatividade do tempo se observarmos as causas desta sensação de urgência num tempo que parece voar.

Não faz tanto tempo assim, que em anos passados, para fazer uma ligação de pessoa para pessoa de São Paulo a Nova York, por exemplo, se ligava para a telefonista, se fazia o pedido para se falar com o determinado numero e com determinada pessoa, neste interurbano, se sentava em uma cadeira confortável ou mesmo se deitava em um sofá, com um livro a mão e se esperava, depois de o que chegava a ultrapassar a hora, a telefonista retornava ligando, perguntando se podia completar a ligação solicitada. Hoje você tira do bolso ou da bolsa, seu celular digita o numero pessoal da pessoa com a qual deseja falar e de forma rápida e imediata você esta em comunicação direta com outra cidade, que fica em outro estado, em outro país e se nada mais faltasse, em outro continente e hemisfério. Antes esta ligação se fazia por cabos submersos no oceano, hoje ela se faz por ondas de radio via células e satélites.

Assim começamos a entender porque nos termos de tempo relativo nossa vida foi se acelerando, acontecem muito mais inputs de informação do que aconteciam há poucos anos atrás e quanto mais se acelera a tecnologia, mas informações, mais o tempo passa numa evolução de velocidade que come dias de nosso calendário da sensação de tempo relativo.

Outros fatores que evidenciam este aumento de quantidade de informação x aceleração de tempo é a informática, antes para se escrever um texto na tranqüilidade de sua casa bastava que você tivesse caneta a papel, uma maquina de escrever já denotava certa preocupação profissional ou de organização. Hoje mal se vê anotações em papel na vida moderna, tirando os modernos Post It amarelos, as pessoas mal escrevem a mão, quase tudo é feito no computador pessoal, no palm top, no celular e no Iphone, enfim maquinas que já transformam a escrita numa espécie de super texto, onde com alguns comandos ele já esta na internet, ou seja, a disposição do mundo, este texto logo estará lá, imediato. Isto acelera nosso tempo relativo, lá se vão às folhas do calendário numa produção frenética de idéias.

A aceleração do tempo destas tecnologias é tão real que ela absolesceu varias profissões por muitas áreas de atuação profissional, por exemplo, devido à velocidade do computador e sua capacidade de produção, não existem nas agencias de propaganda o antigo estúdio de arte onde assistentes de arte, past-upistas, e marcadores de letras, ilustradores e outros assistentes, elaboravam as artes finais e lay outs das campanhas publicitárias. Hoje se realiza tudo isto com uma pessoa no computador, levando a crença que nosso próximo processo de seleção natural dentro de nossa espécie não vai mais ser da lei do mais forte, mas de quem realiza processos cerebrais de forma mais rápida e econômica. Sim econômica pois nossa tecnologia também descobriu que gastamos muita energia pensando, o que num futuro sem recursos energéticos, não é sustentável.

Mas retornando no tempo ou ao assunto deste, a velocidade de produção intelectual e a velocidade com que ela é compartilhada também acelerou nosso tempo, mas quer saber o pior? Nossa vida não melhorou. A promessa de que a tecnologia nos daria mais conforto e tranqüilidade não se realiza, ela só nos da a noção e o modus operandi de quem vive em alerta, você pode ser achado, filmado, rastreado a todo tempo em todo lugar, o que aumenta seu estresse e a ciência disto aumenta o numero de deprimidos e fóbicos.

Portanto esta na hora de aprendermos a respeitar nosso tempo interno, não somos taquicardiacos, precisamos estabelecer um ritmo mais saudável de absorver a informação e o transito desta. No contrario teremos uma vida que mais cedo ou mais tarde acabara por causar um Black out na rede e o mundo para na marra, ai viveremos de novo a comunicação por sinais de fumaça ou com sorte telégrafos.

Lá se vai mais um dia no meu calendário.

Guilherme Azambuja
Enviado por Guilherme Azambuja em 01/09/2009
Código do texto: T1785827
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