A morte passou por aqui

Olhou-me de soslaio

e passou de chofre.

Não sei, se foi com pena

do magro e arqueado corpo

ou se foi desprezo mesmo;

achou que eu não tivesse

nada para lhe oferecer.

Talves outro dia, quem sabe...

Sorte ou azar, não sei.

Sei que justo naquele dia,

eu andava sem vontade

alguma dessa minha vida.

É, talves tenha sido

justamente por isso.

Porque a morte, vocês sabem,

adora quem se apega demais

à sua pequena e miserável vida...