AS CASTAS DA INDÚSTRIA DOS PEDÁGIOS
Os amigos que me acompanham aqui neste espaço literário, sabem que vez ou outra solto uma bronca.
Nada demais, apenas acredito que as letras são instrumentos de reivindicação ao alcance de todos, principalmente da cidadania.
Então, sirvo-me delas.
E dia desses, quando eu voltava duma viagem a São José do Rio Preto, aqui manifestei meu ASSOMBRO quanto aos preços praticados pelas concessionárias de pedágio ao longo do complexo das rodovia dos Bandeirantes, Anhanguera e Washington Luís.
Fiz as contas, observei as estradas e o custo total do combustível, olhei para os serviços oferecidos, e absolutamente NADA me convenceu de que os preços não são exorbitantes.
São sim! E muito!
E como se trata da cidade aonde tenho familiares, vira e mexe me sinto ASSALTADA, por vinte e dois pedágios de ida e volta ao logo do percurso.
Assim, resolvi mandar um mail ao governo do Estado de São Paulo, manifestando minha bronca.
Foram extremamente solícitos. Agradeço.
Obviamente que não concordaram com a minha queixa e tampouco eu esperava por isso.
Mas justificaram-me os abusivos preços numa planilha tão complicada que eu precisaria recorrer à Harvard para o melhor especialista em economia poder me decifrar as contas,de fato muito divertido aquele mail enooooorme.
Enfim, fui enrolada.
Mas valeu o meu intuito que era o de demonstrar que o povo tá de olho.
E hoje percebi que não sou apenas eu.
Os prefeitos das cidadezinhas, cujo email do governo me dizia que grande parte da arrecadação é destinada às obras das vicinais dos municípios cobertos pelos pedágios, estão se manifestando contra, inclusive a moda de se cobrar pedágio para entrar nas cidadezinhas.
Ora, aqui eu levanto, embora leigamente, uma questão jurídica: seria lícito se cobrar para entrar numa cidade e abusivamente acabar por cercear o direito de ir e vir, vinculado ao lado financeiro do cidadão?
É claro que só vai se deslocar de carro, aquele que além de manter o carro e o combustível, puder bancar todos os pedágios , que são numerosos.
Melhor mesmo seria viajar a pé!
E a alegação de se dizer que é para as melhorias das rodovias e de seus serviços não condiz, porque já pagamos impostos suficientes para termos rodovias em boas condições!É nosso direito e mera obrigação de quem governa.
É absurdamente lamentável essa desculpa.
Vale dizer que nestas férias rodei as Minas Gerais maravilhada com a conservação das estradas de lá, inclusive A ESTRADA REAL, não pedagiada, e que nos fornece um asfalto de primeira!
Só não vale mudar de idéia e pedagiá-la, pelo amor de Deus, eu não me perdoaria nunca de aqui lançar essa idéia anti-democrática.
Logo logo os municípios vão virar "castas", aonde ninguém entra e ninguém sai.
CHEGA DE PEDÁGIOS! SÃO PAULO ESTÁ DEMAIS!
Alô senhor Governador, vamos trabalhar para diminuir as praças e os preços dos pedágios, porque na hora de votar o povo tem que se lembrar disso.
Pedágio é uma indústria absurda, e em nada se justifica explorar os cidadãos do jeito que está ocorrendo.
Contribuição não é exploração.
Acorda São Paulo! Abre o olho Brasil!
Assino embaixo toda a bronca dos prefeitos divulgada pela imprensa.