O segredo para se escrever bem

Quisera eu saber escrever... Escrever bem! Bem, não, muito bem!! Ser genial, ser desafiadora, criativa, iluminada, inesperada...

Quisera retratar grandes dramas existenciais, invadir a essência da alma perturbada, penetrar nos mais recônditos espaços do subterrâneo humano; para expressar suas angústias, dúvidas, divagações, emitir seus espasmos, gritos, alucinações...

Quisera ser brilhante com o papel e a pena. Extrair centelhas da escuridão, chamas do oceano.

Porém meu íntimo é tranquilo, minhas águas não são revoltas, minha alma é apaziguadora.

Vou à igreja por amor e não pela dor. Escuto punk rock pela sonoridade e não pelos acordes. Admiro Thriller, pela poesia, não pelos zumbis. Assisto Hitchcock pela genialidade, não pela exposição da morte.

Sinto que apenas pássaros e borboletas sairão da minha prancheta. Risos e palavras de paz do meu notebook. Frases óbvias, piegas, exaltando o amor, a união e a harmonia entre as pessoas. Mas creio que isto não atrai, não empolga, não interessa, não vende livros, CD's e filmes.

O grande "barato" é a dor, o sangue, a revolta...

Os grandes gênios da música, literatura e arte foram ou são seres extremamentes sofridos, problemáticos, emblemáticos, neuróticos, que transformam suas neuras em músicas imortais, páginas de pura magia e genialidade, ou esculturas eternas.

Quisera ser , pelo menos um pouquinho,... infeliz!