Os meus 38 anos…
Ok…detesto dizer a minha idade, mas nesta crónica é mesmo necessária…
Desde a adolescência que me dou com pessoas muito mais novas do que eu, e um pouco mal com pessoas da minha idade ou mais velhas, tirando a família e os amigos mais íntimos…
Mentalmente situo-me na casa dos 25/30 anos, e fisicamente também um pouco, não pela aparência, mas pela forma que tenho. É costume fazer esforços, andar, correr, transportar pesos, e sinto-me quando tinha 18 anos, sendo que o único senão reside no facto de fumar, tirando isso e o meu apetite voraz por “comida de plástico”, levo uma vida muito saudável, que me permite esforços físicos bastante duros e noitadas das 22h às 7h da manhã, só indo para casa porque as discotecas encerram a essa hora, e mesmo quando bebo em excesso nunca tenho ressacas…
Além de nunca adoecer…a última constipação que tive foi à 11 anos, apesar de na altura trabalhar com pessoas de risco, com pneumonias e tuberculoses activas…
Quem me conhece diz que tenho uma saúde de ferro e não se lembram de eu estar acamado doente…
Como eu disse, as melhores amizades que tenho é com gente com menos de 30 anos, e as paixões que vou tendo é abaixo do limiar dos tais 30 anos, porque não me atraem pessoas acima dessa idade, porque a maioria deixa de sonhar, conforma-se com o que tem, o que não é o meu caso, caso de eterno sonhador, de insaciável sonhador, que quando atinge o topo de mais uma montanha, decide continuar a subir, nunca se satisfazendo plenamente com os objectivos que alcança, imaginando e delineando sempre novas metas a ultrapassar.
Tive magoas e tristezas suficientes para ser um velho antes de o ser, mas a cada adversidade reajo com algumas lágrimas, com um sorriso e com uma vontade inquebrantável de vencer, de ser feliz, renovando a cada tristeza a minha juventude, e a cada vitória o conseguir ser feliz.
E nesta idade atravesso por ventura o período mais estável da minha vida.
A minha escrita melhora a olhos vistos, a família nunca esteve tão boa e as amizades são as mais sólidas de sempre.
Sim tenho motivos para ser muito feliz, e sou.
A minha redescoberta de Deus em Taizé e em Oradur-sur-Glâne muito contribuiu para o meu estado.
Apesar de adorar os prazeres físicos da vida, não dispensando quando posso uma noite de amor, uma noitada daquelas que só se fazem aos 20 anos, sou um homem mais virado para a minha espiritualidade.
Tenho potencial para magoar tanto física como mentalmente, mas tal magoa-me mais do que às pessoas que posso atingir.
A minha pouca agressividade dilui-se numa espiritualidade que todos os dias redescubro.
Mas não se deixem enganar: possuo o potencial para ferir, para magoar severamente, mas tal não me diz nada, e por isso reneguei esse caminho, mantendo no entanto o estado bélico latente para o caso de ser necessário agir, pois quero estar pronto para essa eventualidade, quero estar pronto para os dias de guerra, apesar de viver dias de paz.
O caminho de paz e a de boas acções e intenções é o meu, pretendo que o seja até ao final dos meus dias que espero longínquos, pois tenho ainda tanta vida para viver, tantos sonhos por concretizar, tanto amor para dar, tanta paz por espalhar.
Aprendi que as lágrimas devem ser deitadas, pois só assim os sorrisos sabem melhor, aprendi que é necessária a dor, para valorizar as alegrias, sei agora que as derrotas são necessárias, para enaltecer as vitórias.
E assim a minha vida é bela, e assim sou imensa e tranquilamente feliz.