"Eu sei, mas não devia"
Acredito que o sentido no texto da autora não foi falar do simples fato de se “acostumar”, pois ela o usou como pano de fundo para um problema bem maior que esse: a perda de identidade do ser humano. O ato de se acostumar a não perceber aquilo que deveria ser perceptível aos nossos olhos ou de não gozar – de fato – dos bens que possuímos é muito grave, já que faz com que o homem simplesmente perda a essência de ser humano no mais pleno significado que existe nessa palavra. Homens que não sentem, que não se expressam, mas que são facilmente movidos por aquilo que os olhos podem ver, pois somos a cada dia bombardeados por produtos e afins que nos mostra o quanto somos feios diante dos manequins de capas de revistas e o quanto somos nada se não tivermos o carro mais arrojado da temporada. A cada dia somos influenciados a dar mais valor ao ter do que ao ser, o que pouco a pouco nos diminui a quase nada e nos transforma em um material consumidor. O ato de “se acostumar” não é de todo ruim, pois se pudermos nos acostumar a colher a fruta da árvore, nos acostumar a tocar mais as pessoas, a trabalhar menos em prol de uma melhor qualidade de vida, esse ato de se acostumar é benéfico. O que não podemos é nos acostumar com a apatia que a tecnologia e o consumo nos impõem, nos transformando em vermes high tech e consumidores em potencial daquilo que não precisamos.
(Análise crítica do texto “Eu sei, mas não devia” de Marina Colasanti)
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