fluências...
Ontem falei com uma amigo de várias décadas que vive do outro lado do mar. Os afetos povoaram meus sonhos e acordei impregnada de imagens e, do rumor das ondas do mar e dos tempos em que traçamos rumos tão distintos e, ao mesmo tempo iguais. A intensidade das palavras multiplicaram belezas, subtrairam cansaços, somaram afetos e foram divididos recortes de vida; a cumplicidade tem resistido ao tempo e às distâncias . Nossas conversas sempre foram marcadas por disfluências, pausas suficientes para inspirar e expirar significados ...
Não sei por quantos anos ainda iremos comemorar nossos aniversários através das ondas, pois que das incertezas estamos marcados. Não sei também se algum dia, lado a lado celebraremos e, se estaremos novamente vestidos com sonhos de proporções e transparências similares.
Embora em vias paralelas andamos, foram os momentos de confluências que contaram e ainda contam.
Creio, não ser possível esculpir em pedra , dada a quantidade de expressões que nos escaparam e os afetos que continham, mas arrisco dizer que nas areias intemporais algo foi inscrito e, este algo que nos escapa flui através da voz do vento.
(confluência - mobilidade de fluxos que convergem, direções que se juntam, encontro entre dois caminhos, ruas ou avenidas, dois rios que passam a correr em um leito comum )