Escuridão infinita
Cada estaca que me atravessam ao peito
Faz com que meu sangue jorre feito chafariz
Alagando todo meu chão lapidado
Torturando-me aos poucos
Durmo engolindo martírios
Cada derrota afoga-me mais nesse oceano
Travando batalhas contra tubarões
Desbravando essa imensa selva
Corpo e alma feridos
Lembranças que voltam
Repetem-se
As pernas já enfraquecidas
Tempos de guerra
A cada recomeço frio
Desnudo estava
Miserável
Pedinte
Recebendo solidariedade típica de um animal de rua
Toda aquela máscara despenca
O rapaz presente é apenas um solitário
Seguindo seu caminho de calvários
Talvez eu seja muito pior do que vejo no espelho
Noites longas
Noites gélidas
Noites
Escuridão infinita...
(Autor: Leandro de Souza Cruz - 29/08/2009)