SANTOS NO OUTRO

A busca de cada um de nós está intrinsecamente mergulhada na verdadeira razão do existir do homem. E a razão do homem, a sua estrutura, o seu ser, mergulhado na única via capaz de nos levar à realidade e realização plena, ainda em vida: - Deus!

Somos constituídos de duas faces, duas partículas distintas que livres no pensar e agir podem transformar um só ato no bem ou mal. Cabe a nós, que ainda temos um pouco de coerência no amor, decidir por milhões de pessoas que ainda nem se quer nasceram. O futuro é construído no agora. Em cada passo, em cada gesto, em cada palavra. O livre arbítrio nos dá acima de tudo, a liberdade de errar. E se errar, reconhecendo o erro, temos a liberdade, em Deus, de recomeçar. Somos novos no amor. Basta darmos o passo.

“Quem crê, nova criatura é.” A razão humana, não nos leva muito longe. Ou quando leva, não nos plenifica. Somos plenos só em Deus.

O passado, mesmo o de um minuto atrás, deve apenas nos servir de guia para que não cometamos os mesmos erros, no presente e no futuro. As amarras devem ser cortadas, mesmo que nos custe noites e noites de sono ou abandono. Não importa o quanto somos santos ou pecadores. Importa sim, estarmos sempre à caminho da santidade. Renovados Naquele que confiou uma grande missão à cada um de nós: “Que todos sejam um!”

Não importa o credo, a profissão, a cor. Sermos Um! Construir com cada um que cruza nosso caminho, uma edificante relação de amor. As cruzes são como Ouro virgem. Os sofrimentos, como diamantes brutos. O Ouro é purificado com o fogo. Os diamantes, lapidados retirando a robustez da pedra, deixando transparecer todo seu brilho, sua essência. O sofrimento lapida nossa alma. A cruz, vivida em Cristo, nos purifica e nos aproxima do oráculo do Senhor. Ele nos quer santos, refletidos e mergulhados no irmão.

Não santos do acaso. Não santos no isolamento dos conventos. Não santos, mártires da humanidade. Santos no outro. Santos do dia-a-dia dos nossos filhos. Das necessidades da nossa esposa, da nossa família. Santos dos pequenos atos de amor que transformam as pessoas que mesmo ao nosso lado, se isolam do mundo. Santos do ombro-a-ombro, misturados na multidão. Santos que caminham contra a corrente, tentando vencer a si mesmos para perder-se no outro. Mergulhemos então, no sabor da Paz, no verdadeiro sentido da vida.

Amemo-nos verdadeiramente em Cristo, deixando para trás o nosso “eu” tão mesquinho que nos obriga a cada momento ser o que não queremos ser. Somente após sentirmos a verdadeira proximidade com Ele é que poderemos valorizar as pessoas que nos são caras. Não deixemos que nossa vontade seja maior que nossa razão. Não deixemos que nossa razão seja maior que o testamento que Ele nos deixou: “- Amarás o Senhor teu Deus acima de todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.”

Estejamos sempre a caminho!

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