BEIJOS POÉTICOS
Sempre nas visitas ao meu recanto, ao final de considerações, as poetisas recantistas se despediam com “beijos poéticos”... No inicio não entendia... Não gostava mesmo, afinal beijo é beijo e o poético parecia me distanciar delas, talvez carência de recém separado.
Mas como os versos que brotam no nosso íntimo... Finalmente consegui entender a astúcia, sutileza e liberdade também poética dos beijos dessa natureza e como as mulheres são sábias, sendo que as poetisas superam todos os limites.
Um beijo é só um beijo, no rosto, de apresentação, sério e respeitoso... Háa!!! Mas o beijo poético não... Está além de todos os limites físicos e até psicológicos.
O beijo poético pode ser dado ao pôr do sol, ou amanhecer do dia, misturado aos raios solares e se possível uma leve brisa do mar. Deve ser dado de estalo ou roubado ao luar. Pode ser dado nas costas em breves estampidos, repetidos e repetidos com breve pausa para continuar, pode ser dado no pescoço ou em qualquer junção que tenha osso. Também pode e deve ser aplicado na boca, e que fique louca de tanto beijar... No queixinho com mimos seguidos de carinho... Na planta dos pés... Na nuca... No joelho... É beijar por inteiro... Onde se quiser, inclusive no coração sem anestesia ou cirurgia... E a poesia mandar... Esse é o beijo poético, finalmente entendi... Sem limites... Ciceroneado pela imaginação livre e fértil dos poetas que escrevem beijando a vida através dos versos e encontrando-se da melhor forma, sentimento e compreensão do significado do outro através do íntimo de cada um.
As minhas amigas e amigos recantistas, beijos poéticos!
(Dedico este texto a minhas amigas recantistas poetisas)