A heroína da Confederação do Equador
A cidade de Itabaiana viveu, em 1824, a maior batalha já travada em solo paraibano, de brasileiros separatistas e republicanos contra os prepostos de Portugal. Os historiadores contam que os rebeldes, liderados por Félix Antonio Ferreira de Albuquerque, contavam com mil e quinhentos soldados. O combate se deu no Riacho das Pedras, com muitas mortes depois de quatro horas de luta. Cada grupo recuou: os legalistas voltaram para Pilar, e os revolucionários foram para Juripiranga, de lá fugindo para o Ceará. Entre eles estava o famoso Frei Caneca, um religioso que deu sua vida pela liberdade do Brasil.
Maria Joaquina de Santana era mulher do Capitão Félix Antonio, ela uma paraibana de fibra, que lutou até o último momento pela liberdade e pela honra do seu marido e de sua pátria. Ela foi o símbolo da valentia da mulher paraibana na Confederação do Equador, tendo um papel de destaque nas lutas dos revolucionários separatistas, os primeiros choques entre brasileiros e portugueses pela independência do Brasil. Em Itabaiana, os revoltosos esperaram reforço prometido de Pernambuco, que nunca chegou.
Aquela batalha, a mais importante da Confederação do Equador, ficou marcada pela figura de uma mulher corajosa. Já dizia o filósofo francês André Comte Sponville, que “a coragem é a mais admirada das virtudes, desfrutando um prestígio que independe da época nem da sociedade. Em toda parte e em qualquer tempo, a covardia é desprezada e a coragem é estimada”. Foi essa a impressão que deixou na história essa mulher, Maria Joaquina de Santana, cuja bravura, ao lado do marido, nunca será apagada das nossas mentes. Conta-se que o Capitão Félix Antonio foi morto na Fazenda Oratório, em Pedras de Fogo, vítima de traição de um “amigo”. A intrépida Maria Joaquina matou pessoalmente o assassino do marido, com um tiro de bacamarte.