Lembranças do Século XVIII
Lembranças do Século XVIII
Sigo teus passos como quem segue uma procissão, como quem segue o andor, em silêncio respeitoso ou entoando canticos sacros; em nenhum momento tu te voltas para ver-me, como quem tem certeza do caminho a seguir; coisa que me intriga - por que caminhas sempre para frente, sem olhar para os lados ou sequer para trás? Mesmo assim, sigo teus passos com uma certa desconfiança, sem significar que comungo com tuas idéias, usei comungo, para dar um sentido de religiosidade! não sei se sigo teus passos, porque assim me determinas, ou se o faço para evitar que mandes u'a mecha de teus cabelos a Fréron, pessoa a quem detesto com justas razões, pois, Isnard disse ter ele atingido a imortalidade do crime. Sei que o estimas, além do que seria de esperar, e melhor fora que a água que disseste ter bebido naquele 2 de julho, te afogasse, para que não me condenasses ao desgosto de ser um teu escravo. Sinto que devo retornar aos braços de Laura Permon, que pelo menos me considera e além disso, é dada a escritos bem colocados; eu Duque de Abrantes, não me importo de seguir-te Paulina, sabendo que um dia tudo vai-se acabar, de uma maneira ou de outra. Foste falsa como teus irmãos republicanos, que acabaram como reis de Nápoles, Espanha, Holanda e Vestfália; sem contar o general corso, mais corno do que corso, como se incumbiu de mostrar a história.As mulheres invejosas tinham razão, quando diziam teres orelhas de rato!