CELSO,
Bom dia. Boa quinta-feira de 27/08/09.
Resolvi que não quero TERAPIA no momento. O psiquiatra suspendeu o remédio até ele voltar de uma viagem. E me fez bem , senti-me mais lúcida, mais equilibrada Aquele remédio e mais as posições dos filhos é que perturbaram.
Já chega eu mesma a me perturbar.
Eu quero mais são amigos para conversar. E se não os tenho, não é agora que os terei. Então bastam os virtuais.
O que tenho sou eu mesma.
E os meus escritos que estão cada vez melhor. Eu quero fazer o meu livro.
E escrever está me dando força nova, boa.
O sofrimento e a frustração de não ter vivido uma vida boa dão-me inspirações para escrever. Tenho sabedoria conquistada.
Não tenho que levar a “uma verdade” o que os filhos pensam de mim. Isto é problema deles.
O que vale é o que sei de mim e como me considero.
Vou dar uma chance ao psiquiatra. Ele achou que estou com depressão por que o Gabriel e Luciana acharam que sim. Mas não estou. Estou é consciente da minha idade e doenças crônicas. Fisicamente é o caminho de terminar.
Mas não é já.
Mentalmente estou mais saudável que muita gente.
Não é hora de recuperar uma “vida perdida”.
É hora de aproveitar a vida que tenho. Escrever. Passar aos outros o meu bem que é o positivo que o sofrimento me deu.
Ser só é uma realidade. Não por que a quis. A vida é assim.
Não pensar.
Ser apenas.
Confiar. Aceitar a vida como ela é. E curtir cada dia.
Simplicidade. Sabedoria. Não dependo de ninguém.
Cheguei ao ponto que precisarei de apoios médicos, fisioterapeutas, etc.
Abri mão das perdas, estas são inevitáveis.
Eu não sou mãe. Sou uma escritora descobrindo o prazer de escrever.
Tenho orgulho de mim.
Tenho coragem de viver meus últimos anos com apenas o que sou.
Desejo amigos de partilhar, de filosofar e papear. Tenho os virtuais.
Não quero terapia. Não quero transferir minhas questões p/ o Outro.
Eu quero é o Outro.
Compreender o humano do Outro.
Eu me curto como sou.
Eu gosto de mim./
Um beijo da Maria Luiza para os meus amigos virtuais, que são também os meus leitores.
E meu agradecimento à Palavra.
E a palavra é escrita no papel. Quando o Outro a lê , ele é o leitor. Acontece um encontro da palavra escrita e da palavra lida. A Magia então acontece pois a palavra toma nova conotação com cada outro que a recebe, pois ela vai ao encontro do que o leitor é e sente, o que abre um novo panorama, uma transformação que não é mais minha, mas que é uma coisa boa, um desdobramento da palavra.