FASCINADO OLHANDO O CÉU

Muito mais que de repente uma estrela cadente riscou o negrume do céu e desceu apressada na direção do risco invisível do horizonte. Um belo fenômeno cósmico, talvez motivo inesperado de poesia ou, quem sabe?, somente algo para olhar e admirar com espanto e fascínio. Vi que a lua, quarto crescente, avultava no espaço anelando atrair para si os olhares humanos, e nada nem ninguém seria capaz de mudar aquele instante de mágico egocentrismo. Tudo que existe na terra e no espaço está sempre procurando uma maneira de se por em destaque, até mesmo as mais insignificantes aos nossos olhos. Vejam as formigas, por exemplo, ou os girassóis que se voltam para o sol. A vida é dinâmica, e tudo ao redor dela também o é. Por que não os astros? Certamente eles também tem lá suas idiossincrasias inexplicáveis e misteriosas, embora na mente dos astrônomos estejam sempre as explicações técnicas mais intrincadas que pioram ainda mais o entendimento do leigo no assunto. Prefiro ser apenas um romântico quando estou olhando o céu.

Quando a estrela desapareceu no ar, tendo sido decerto pulverizada pela entrada na atmosfera terrestre, vagueei o olhar pela imensidão celeste pensando quão incomensurável e verdadeiramente insondável nos parece o firmamento e demais impenetráveis outros mundos além, muito além. De determinado ponto em diante do Cosmo, lá pelas profundezas distantes anos-luz de nossas ínfimas possibilidades humanas, ocultam-se, como se de propósito para que os homens não saibam suas razões de existir, os meandros do desconhecido, parâmetros inusitados demais ao nosso raciocínio, e nos vem a escuridão da ignorância sobre a necessidade da existência de todos aqueles estranhos e longínquos universos. Há razões concretas para tudo que existe tanto lá no alto quanto cá embaixo, mas nesse labirinto não logramos entrar e nem ao menos sobre ele cogitar. É algo grande e imponente demais à débil mentalidade do homem. As brilhantes mentes dos cientistas ainda não conseguiram chegar até eles, e provavelmente jamais os alcançarão, se bem saibamos que o impossível hoje tantas vezes se mostra possível e palpável amanhã.

E fiquei a conjeturar a respeito do maravilhoso equilíbrio verificado em cada peça desse astronômico tabuleiro céu afora, quase inimaginável e eivado de difusos mistérios, por demais incompreensível aos nossos ainda parcos saberes. Somos pequeninos grãos de poeira nessa vasta área espacial infinita, que aos nossos olhos pueris se mostra a perfeição mais completa e complexa que o cérebro humano pode pensar em tentar definir. Só podemos nos fascinar admirados olhando o firmamento enquanto algumas estrelas caem e os cometas passeiam distraídos.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 27/08/2009
Reeditado em 11/11/2012
Código do texto: T1776821
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