## MATURANDO ##

Muitas vezes  eu me pegava pensando  que,  em alguns aspectos  da minha personalidade seria  mais fácil eu  apodrecer  do  que amadurecer. Observava nas  minhas atitudes, às vezes  infantis, que eu precisava urgentemente ser uma "mulher  madura".  E essa história de  apodrecer antes de amadurecer  me incomodava.

Hoje  me surpreendo com as atitudes  maduras  e percebo que, sem querer, algumas  coisas  não mais me  importam,   nem mesmo me incomodam, então, atribuí, mais do que rapidamente, esse fato  ao meu "amadurecimento", enfim!

Para a mulher, não amadurecer em alguns aspectos incomoda porque em outros é  naturalmente  obrigada a isso. Só o fato de ser  mãe a torna mais madura. O instinto de proteção faz com que outras coisas, antes valorizadas, fiquem em outros planos, digamos, relevantes,  visto  que uma criança absorve em pouco tempo, tudo que uma mulher é capaz de  doar  em termos  de sentimentos, de  amor.

Bem, mas exatamente por isso, eu encasquetava tentando saber  porque em   alguns outros pontos, bem mais simples,  eu parecia  não ter  amadurecido. Eram bobagens, sim, tão   bobas que nem mesmo  devo comentar. Ou devo? Tá bom.   Por exemplo: porque  eu não divido meu milk shake com ninguém?  (Nisso ainda não  amadureci). Melhorando a situação,  por que eu não gosto de  dividir? Você diria: por egoísmo. Eu respondo: não  sou egoísta,  ao contrário, adoro presentear e agradar as  pessoas. Será porque é algo que adoro e que naquele momento,  tão único,  tão meu, ele deve ser saboreado   apenas por  mim? Seria isso? Rsrs. Uma bobagem né?  Mas  juro  que me  incomoda, eu prefiro  levantar e comprar outro  quando me pedem um gole,  ou o famoso góia. Detesto. Freud explica? Se explica é porque nunca pediram o dele.

Nossa, mudei mesmo  o  rumo dessa  crônica.  Juro, ia ser  algo profundo,  ou melhor, maduro,  mas o  bendito milk shake me entregou (de bandeja).

Então, resumindo isso que  já foi de leite abaixo, algumas  coisas, que parecem infantis, ainda não  consegui  amadurecer e outras, bem mais sérias, me surpreendem.

Aprendi a dizer não, a  ter mais confiança em tudo  que faço, a me valorizar, a ignorar, sem o menor esforço nem mágoa, as  pessoas que não  me  fazem bem (mas quanto a isso  sempre  fui assim) e não  me importar muito  com  o  que as coisas possam parecer.  O que são ou não, em relação à minha vida, só  dizem  respeito  a  mim. Se sei porque estou fazendo isto ou aquilo, não me preocupo com o que acham ou não, contanto que minhas atitudes não interfiram na vida de ninguém.

Junto  com a maturidade vem a leveza  da  alma, a vida, apesar de todos  os  problemas, parece ficar   menos pesada.  Por  isso  resovi escrever sobre ela, por finalmente poder senti-la  com prazer em minha vida.  Mas  por favor, jamais me peçam pra dividir meu milk shake. Beleza?