A arte dos 'desencontros' - coisas do destino!

Ela teve a vida toda pra tomar as decisões certas, mas não fez isso. Esperava que algum milagre acontecesse só por acreditar que merecia. Nunca gostou de tomar decisões sobre nada, tinha muito medo de errar. Agora, restava pouco tempo para buscar sua felicidade. Olhava o relógio sem parar enquanto se dirigia ao aeroporto. Pela primeira vez estava ‘interferindo’ na sua própria vida sem se preocupar com os outros. No caminho pensava nas oportunidades que teve de obedecer ao coração e disse não, acreditando que as coisas aconteceriam naturalmente. Pensou também na possibilidade de um futuro bom. E chorou! Sabia que toda aquela ansiedade poderia ter sido evitada se ela não fosse tão covarde. Corria contra o tempo pra chegar antes dele partir. Estava disposta a largar tudo: coisas que pareciam essenciais até ver a possibilidade de perder alguém que ela amava. No aeroporto, viu que havia passado 44 minutos desde que saiu de casa, mas sua chance tinha acabado: o viu caído no saguão e pode sentir o sangue na sola dos seus sapatos.A bala perdida precisou de menos tempo para alcançá-lo. As lágrimas agora escorriam quente pela face! O sangue agora era do seu coração.

Ela teve a vida toda pra tomar as decisões certas, mas ela só fez isso nos últimos 44 minutos. Agora, sentia-se igualmente sem vida.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 26/08/2009
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