COISAS DE MULHER... E DE ANALISTA
- Doutor! Tô me sentindo péssima!
- O que houve?
- Tive que ir ao cartório hoje, no início da tarde. E, bem na hora que ia descer do carro começou a chover.
- E aí?
- E aí que eu tinha acabado de sair do salão onde fiz uma chapinha MA- RA-VI-LHO-SA! Só pode ser URUCUBACA! Eu não tinha nada que ter ido à academia ontem.
- Espera um pouco. Não estávamos na parte em que começou a chover em frente ao cartório? Hoje?
- Sim. Mas, se eu não tivesse esquecido o guarda-chuva na academia...
- STOP! O que a chapinha e o guarda- chuva têm a ver com tudo isto?
- Ora, como é que eu iria sair na chuva para ir ao cartório sem arruinar o cabelo, sem guarda-chuva?
- Impossível! (Ninguém merece!)
- O senhor sabe como é difícil conseguir uma vaga no centro, né?
- Sei, sei. (Ixiiii! Será que bateu o carro?)
- Então, fiquei rodando, rodando... Queria estacionar o mais próximo possível para que caísse o menor número possível de pingos nos meus cabelos. Até que percebi que bem na frente do cartório havia uma vaga para cliente. Uma não. DUAS!
- Que ótimo! Quer dizer que não molhou os cabelos? ( Nem bateu o carro!)
- CALMA! Vou chegar lá. Bem na hora em que eu ia entrar na vaga surgiu um motorista apressadinho atrás de mim. Tive que estacionar de qualquer jeito e ocupei as duas vagas. Então, pensei: Azar!
- Aham... (Coisa de mulher!)
- Aí, quando eu saí do carro correndo - com a bolsa na cabeça protegendo os cabelos - ouvi uma buzina me chamando. Nem vi quem era. Só vi que o cara fazia sinal mostrando que eu ocupei as duas vagas.
- Aham... (Coisa de homem!)
- O chato me fez parar no meio do caminho e embaixo da chuva! Eu fiquei puta!
- E o que você fez?
- Mostrei o dedo pra ele.
- QUE DEDO?
- Ora, que dedo! O dedo que todo mundo mostra quando fica puto.
- (NÃO ACREDITO!) E ele?
- Ficou buzinando igual um louco, chamando a atenção de todo mundo. Fui obrigada a voltar para o carro e manobrar, livrando uma vaga para ele antes que a polícia aparecesse.
- E...
- Ele chegou perto do meu carro e disse obrigado. Mas, nem olhei pra cara do desgraçado que tinha acabado com a minha chapinha. Esperei que ele entrasse no cartório para depois eu entrar. Quando entrei, ele estava retirando a senha de espera. Retirou duas, deu a primeira para mim e então... .. Me olhou bem nos olhos. EU QUIS MORRER DE VERGONHA!
- Não é pra tanto. Talvez você nunca mais o veja. Fica tudo esquecido. (Pronto!)
- O senhor não tá entendendo...
- Então, explique. (Pelo amor de Deus!)
- Lógico que ele nunca mais vai querer me ver. Era o Otávio!O advogado que conheci sábado na festa da empresa. O cara que pediu o número do meu celular, o meu MSN...Que está caidinho por mim.
- Hum... (Estava!)
- Estraguei tudo! Eu sou uma idiota! Uma grossa! Mereço mesmo ficar encalhada para sempre!...................O que eu faço doutor?
- Bom, como (graças a Deus) o nosso tempo esgotou, sugiro que você compre um novo guarda-chuva (querida).