O VERDADEIRO TAMANHO DO PROBLEMA !
Ontem acordei com uma leve dorzinha no peito. Não dei muita importância, fui tomar meu banho e em seguida o café da manhã.
Entretanto a dorzinha continuava e para não alarmar a patroa , fui ao banheiro e de frente para o espelho coloquei a língua pra fora. Pelo menos, foi o que meu médico pediu que eu fizesse na minha ultima visita ao consultório.
Como não vi nada de diferente quer dizer, vi a mesma língua de sempre, segui em frente, quer dizer, para a garagem tirar o carro. Mas antes, comi mais uma fatia de bolo de chocolate.
Fiz o que sempre faço toda manhã. Dirigi com a cautela habitual e com o radio ligado na minha estação preferida. Ouvi algumas músicas maravilhosas e cheguei ao meu local de trabalho normalmente.
Acontece porém que um pouco mais tarde, logo após o primeiro telefonema recebido, voltei a sentir, ou melhor, voltei a me lembrar da dorzinha .
Comentando o fato com uma colega, ela arregalou os olhos, colocou a mão mão na boca, como se estivesse tentando segurar um grito bem agudo e me disse, como uma voz aterrorizada que eu estava prestes a ter um enfarte.
Tratei de acalmá-la e dei a desculpa mais simplória que encontrei, quer dizer, aleguei que talvez fosse a camiseta sem mangas que estava usando por baixo da camisa normal, que era um pouco apertada.
Ela respirou aliviada e me disse que as vezes também sente a mesma dorzinha. E só ficou mais tranquila quando percebeu que a dorzinha era por culpa do sutiã que estava um pouco apertado. Não era o meu caso .
Na hora do almoço, comentando sobre a mesma dorzinha com dois colegas, um deles me disse que talvez fosse ar preso e o outro , preocupado, balançou a cabeça e me disse serenamente que seu sogro tinha morrido de repente e tudo começou com uma discreta dorzinha no peito, do lado esquerdo.
Eu me recusava a ficar preocupado. A dorzinha poderia ter sido motivada por inúmeros motivos mas, infarto? Será ? Não tinha casos idênticos na
família mas, precaução nunca seria demais.
Durante a tarde, caí na besteira de comentar sobre a dorzinha com meu patrão e ele, imediatamente pediu a secretária para marcar uma consulta com o médico da empresa, pois tudo indicava que estava com sério problema de enxaqueca.
Enxaqueca ? Perguntei incrédulo . Mas enxaqueca não dói na cabeça ? Sim, claro que dói na cabeça mas reflete uma dorzinha no peito. A secretária discordou.
Disse que poderia ser um dos primeiros sintomas de um enfarte e o melhor mesmo seria ir ao médico o mais urgente possível.
A verdade é que, embora não quisesse admitir começava a ficar preocupado. E se fosse um enfarte ? E se fosse um enfarte fulminante, desses que não daria nem tempo de telefonar pra patroa avisando que ia chegar um pouco mais tarde porque estaria internado ?
O melhor mesmo seria ir ao médico, tirar as dúvidas, medir a pressão, pegar guias para exame do colesterol, enfim, essas coisas que os médicos sempre pedem.
O médico, meu velho conhecido, quando cheguei me deu um grande abraço e ao ouvir minha historia sobre a dorzinha e os prognósticos fatídicos dos colegas deu uma sonora gargalhada e me tranquilizou , dizendo que se tivesse que ter um enfarte, isso já teria acontecido desde mais cedo.
Entretanto, não soube me dar um esclarecimento muito claro sobre a tal dorzinha que, pensando bem, já não sentia mais. O médico me dispensou do trabalho, me deu outro abraço e antes, me contou uma piada muito interessante sobre pragas de sogras .
Cheguei a minha casa um pouco mais aliviado e fiz o que normalmente faço todas as noites. Assisti aos telejornais, tomei um cálice de vinho, assisti um filme na TV e quando fui para o meu quarto e levantei os cobertores é que descobri o motivo da dorzinha no peito.
Só poderia ter sido aquilo. É que tenho o hábito de dormir de bruços e agarrado aos travesseiros. Só que na noite passada, esqueci que tinha dormido em cima do meu radinho de pilha, vindo daí a tal dorzinha no peito.
Pode uma coisa dessas ? Sem comentários......
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(.....imagem google.....)