Quando casar, passa! – uma crônica de humor sobre festas de casamento!

Há uma passagem na Bíblia que diz que é melhor casar do que se abrasar.Bem, nisso concordariam os românticos (“é impossível ser feliz sozinho”).Mas há quem o considere uma instituição falida e não queira se comprometer de forma nenhuma:
 
-No início, é meu bem para cá, meu bem para lá.Depois, meus bens para cá, seus bens para lá! – afirmam.
 
Ou numa versão socrática: “um homem deve decidir livremente entre casar ou ficar solteiro; afinal, vai terminar se arrependendo do mesmo jeito”.
 
Mas independente de ser casado ou não, um convite de casamento já deve ter parado em suas mãos.E se havia dentro do envelope um papelzinho com o local do buffet...Bingo! Você foi convidado para a festa!Pois é, nem sempre todos são. Alguns noivos optam por essa seleção de convidados, alegando que “o almoço é só para os mais íntimos”. No mínimo, delicada a questão.
 
Em respeito aos noivos, você escolhe a dedo a roupa para vestir no dia.Para a sua surpresa – e decepção da noiva – há quem tenha ido com vestido branco ou de calça jeans.Você jamais faria isso, mas no fundo bate uma “invejinha” do cara lá, todo confortável, e você apertando os dedos num salto agulha ou suando dentro do terno.
 
Conta-se que durante uma festa de casamento, o noivo pegou o microfone e anunciou que havia encontrado uma forma de retribuir a ilustre presença dos convidados e a belíssima festa proporcionada pelo sogro.Pediu a todos que apanhassem um envelope colado com fita adesiva debaixo das cadeiras.Consternadas, as pessoas acataram o pedido dele e assim que abriram o envelope foram “agraciadas” com duas fotos da noiva e o padrinho tendo relações sexuais.Ele havia descoberto semanas antes a traição da futura esposa com ajuda de um detetive particular. O noivo solicitou a anulação do casamento.Você duvida que teve quem lamentasse o término da festa por não ter comido o bolo?
 
Por falar em comida, o ser humano não pode ver nada de graça.Enlouquece, sente-se injustiçado, preterido pelo garçom, que, segundo ele, está de má vontade:
 
- O garçom serve todas as mesas, menos a minha!
 
O coitado recebe tentativas de suborno (“metade dos croquetes para mim, metade para você”); ameaças (“vou falar mal de você para os donos da festa”)....Até seduzido ele é: ("Nossa, um rapaz tão bonito...Podia ser modelo se quisesse! , diz a loura de olho na bandeja de canapés de camarão.)
 
Em casa, a loura - e a maioria dos convidados - dispara:
 
-O que era aquele salgadinho, hein? Deus me livre!
 
Em algumas festas, a comida é controlada.Está na moda fazer com que o comensal confirme a presença na festa e opte por um dos pratos oferecidos pelo buffet.As mesas são reservadas com o nome da família e o garçom traz exatamente aquilo que a pessoa escolheu comer.Isso evita desperdícios e coíbe a entrada de "convidados indesejáveis".
 
O dono de uma festa cheio de penetras encontrou uma maneira sutil de convidá-los a deixar o local:pediu que todos os convidados se levantassem e se dividissem em dois grupos: à direita, os do noivo; à esquerda, os convidados da noiva.Assim que a divisão foi feita, restaram algumas pessoas sentadas que não se decidiram por nenhum grupo.Então, o anfitrião lhes disse:

-
 Os que estão à minha direita e à minha esquerda, peço que deixem a festa!Isso aqui não é uma festa de casamento...é um batizado!

A bebida é um caso à parte.O convidado, que às vezes, nem toma aquela determinada marca de bebida por ser a mais cara, é o primeiro a exigir que tenha dela na festa: 

-Eu só bebo essa! 

E bebe.Bebe tanto que passa mal,Uma vez ouvi que um camarada chegou a vomitar no vestido da noiva! Motivo para briga, claro.E brigas não são tão clássicas quanto à cerimônia religiosa em si? Se até no Castelo de Chantilly rolou um barraco, por que é que num buffet chamado "Glacê" a coisa vai se diferente?

O ponto alto da festa é o lançamento do buquê.A mulherada se acotovela para apanhá-lo, mas na maioria das vezes, a noiva já está instruída para jogá-lo na direção da prima encalhada. Por razões óbvias, o plano não surte efeito e o que sobra, é solteira rolando pelo chão, descalça e de pé preto.

.Numa versão mais moderna, o tradicional buquê é substituído pelo "sapuquê" (aglutinação de sapo+buquê).Um anuro de pelúcia, vestido de terno, é jogado pela noiva e quem pegá-lo, deverá beijá-lo para que ele se transforme num príncipe encantado.Se o feitiço não acontecer, ele servirá de consolo para a solteira( entenda "consolo" como quiser, eu não me responsabilizo pela sua interpretação, caro leitor!).

 
O fim da festa é o momento exato para a “carteirada”:
 
-Senhora, o vaso de flor não está incluso nos brindes.Por favor, esses arranjos pertencem à decoradora da festa! Aceita trocar por um bem-casado?
 
-Escuta aqui, meu filho.Eu sou a mãe da vizinha da tia do noivo! Tenho meus direitos!
 
Argumentos não convincentes, a convidada desdenha:
 
-Pode ficar com esse vasinho mixuruca!
 
Brega ou chique, a festa de casamento, eternizada pelas lentes do fotógrafo contratado, é um celebração para guardar na memória.O que importa é que no final dá tudo certo, não é? Sei lá, o fotógrafo que clicou dezenas de fotos de penetras está revoltado:

-Esquenta, não, querido! Quando casar, passa!
 
 
(Maria Fernandes Shu – 25 de agosto de 2009)
 
 
 



Maria SHU
Enviado por Maria SHU em 25/08/2009
Reeditado em 27/08/2009
Código do texto: T1773768
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.