Circenses et circenses



Vemos espetáculos através dos tempos encenados em arenas e palcos de todo o mundo. Assim como a Grécia antiga se preocupava com os "Ginásios" e as competições atléticas, e a Roma antiga ergueu o Coliseu com seus embates na política "panis et circenses", pode-se, na atualidade, apreciar o Super-Bowl nos EUA onde, aliás, o vencedor é proclamado "campeão mundial de futebol" (futebol americano, na verdade). Além do Cirque Du Soleil, que embriaga a classe mediana (medíocre?) e as competições anuais chamadas de "Mundial" cada uma delas (atletismo, vôlei, cuspe à distância etc), de dois em dois anos temos os espetáculos da FIFA e do Comitê Olímpico, alternadamente. Poderíamos adicionar os teatros dos campeonatos nacionais, das copas "prendedores" e dos "campeões, vice, terceiros e quartos" que culminam com um torneiozinho asiático.
A questão, me parece, é que independentemente de ser ou não país do futebol, carnaval e outros espetáculos circenses ou novelísticos (entretenimentos similares aos de outros países e continentes) é a semi-paralítica sociedade em que habitamos, onde há uma inércia muito grande acerca dos acontecimentos mais importantes (hoje, além da manipulação do Senado com os fantoches oligárquicos e os discuros vazios, o Executivo (leia-se governo Lula) exonera cidadãos ilibados de cargos da Receita Federal (que se prestavam ao serviço público processando os grandes sonegadores) para tentar preservar sua candidatura às eleições vindouras. Ora, malgrado todas essas mazelas e suas consequências funestas às instituições democráticas, tenho ainda assim, esperança de que os brasileiros, passado o momento inercial, respondam com veemência nas urnas extirpando da política essa corja de imiscuídos nos valhacoutos do Congresso Nacional e Palácio da Alvorada. Tenho fé no processo democrático! (Seria eu um romântico?).