Mãe, Eu Te Amo...
- Maninho, vem logo, Mamãe tá te chamando!
- Era bolinho de fubá... mal podíamos esperar que terminasse de fazer a limonada...
- Tire a mão daí menino, não seja malcriado...
- e ríamos como se a alegria do mundo todo coubesse em nossos olhos.
- Aprendam a dividir, tá bem?
- sim, sim, sim, sim!!!
- o cheiro do bolinho de fubá era muito bom, porém não mais que o cheiro do cabelo dela... o sol estridente das três brilhava com imensa intensidade, mas não ofuscava o brilho de sua pele negra mesclada com o suor dela... o vento refrescava o calor, contudo não era capaz de esfriar o bolinho de fubá quente.
O sorriso de minha Mãe naqueles breves e duradouros instantes de felicidade era inteiramente infantil; tanto quanto o Meu e o de Felipe; e de uma maneira bem especial, continua sendo em minha mente.
O pé de jaca no fundo do quintal assistia e participava daquela cena que se eternizaria em minhas lembranças.
É... e mesmo que o tempo passe sem piedade e torne alguns sentimentos distantes: sempre que eu sentir o cheiro de bolinho de fubá me lembrarei do pé de jaca do fundo do quintal...
Me lembrarei do sol ardente das três, do vento...
Me lembrarei do brilho de sua pele negra, do suor...
Me lembrarei do sorriso infantil no rosto dela, da felicidade...
Me lembrarei do cheiro do cabelo dela...
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