QUANDO O AMOR ACONTECE






O discurso amoroso
celebra raros encontros em nosso caminho. E reconhecemos os sinais destas letras afetivas na forma e conteúdo. Os sentidos semelhantes e ao mesmo tempo, originais.

Se você for abençoado, será fluente neste alfabeto impregnado de afeto, erotismo e cumplicidade, uma ou duas vezes na vida. Nada supera a intensidade do dialeto amoroso.

Amar assim é uma aventura complexa. Se fosse comum e possível em cada esquina, por que tantas lacunas no desejo?

Quem testemunha este dialeto terá a impressão de um amontoado de expressões desprovidas de nexo. Porém, quem ama o entende. E não falo apenas de apelidos carinhosos ou algumas expressões, mas de idéias, pensamentos, olhares e sinais compreensíveis apenas pelo casal.

O sentido parece existir antes mesmo de fazer sentido. Uma saudade prévia, que antecipa a possibilidade daquele encontro, habita o centro de muitas almas. Quando encontramos (se o destino nos abençoar) é quase um reconhecimento diante de alguém definitivo, ainda que não seja infinito.


E quando o amor acontece, o dialeto é criado. Outras letras te acolhem. Você se sente em casa. E esta sensação familiar é contrastada pelo novo. A certeza (e a vida é feita de tão poucas) de que nada daquilo foi vivido antes. E ainda que acabe (tudo encontrará um ponto final), terá valido a pena!


Para essas histórias, não há necessidade de platéia. Tente apenas não suspirar demais de saudade, se o teu dialeto não é falado há algum tempo. E agradeça em silêncio, esta alegria abençoada em estado de graça, caso o teu dialeto amoroso seja uma língua viva!






(*) Imagem:
Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 24/08/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1771053
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