Mais um cigarro...
Talvez um homem ,simplesmente um homem,como tantos que
percorrem as ruas todas as manhãs que o sol se ergue ou nas
que as nuvens cinzentas colorem o ambiente.O homem...
Sigamos ,a vida é uma correnteza,e quem não segue faz
sombra no caminho.
A cidade me encontra,meus olhos seguem a trilhas do
compasso do mundo.Vejo os prédios,ouço os grito dos carros,
meu olhar alcança as córneas da poluição,entre os dedos
que erguem um cigarro.
Continuemos,o tempo não descansa,ele não senta,não toma água,
nem quer morrer.
Encontro uma curva,entro em uma rua,reencontro o homem
que visualisei no percurso inicial,ele agora prossegue em passos
mais rápidos,aos poucos ,a pressa o deixa no seu destino.
Abre uma porta,entra,senta,lê uma série de papéis,
organiza um mundo,desorganiza outros.
-olha um cafezinho!
Replica a moça de traje branco,meio aveludado e cabelos presos,
estilo aeromoça,que chega na saleta.
Estamos quase no fim da manhã ,o expediente se aproxima do fim.
Porque negar um cafezinho? Penso eu;eu um objeto detector de
minha curiosidade,eu uma sombra.
Volto ao homem ,solta um lápis,pega a xícara,leva a boca,
saboreia o café e o seu descanso,deixa fluir um meio sorriso,
vejo a ternura se espalhar,como flores em meio a guerra,
acende novamente um cigarro,descansa,polui o mundo,
novamente...(Érika)