COMO PUDE TER ME ESQUECIDO LOGO DELES ?
Digamos que sem maiores compromissos e timidamente, escrevi alguma coisinha sobre Cartola, Dominguinhos e recentemente sobre o paraibano Chico César. Na verdade, como não sou critico musical e na falta do que fazer, numa dessas frequentes madrugadas em que estou sem sono, fiz as crônicas escutando as músicas , apenas querendo apresentar a minha meia dúzia de leitores um pouco do que gosto de ouvir.
Pois bem, acabo de receber um interessante e-mail de um amigo querido em que começa me cumprimentando pelos escritos, me elogia pela indicação das musicas que serviram de tema para as crônicas mas, revela que está muito triste comigo e promete que na próxima vez que nos encontrarmos vai me dar um simbólico e carinhoso puxão de orelhas.
Explica-se : ele é gaúcho dos bons e apesar de radicado aqui no Rio de Janeiro, com toda justiça não se esquece dos costumes e das músicas do seu querido Rio Grande.
E ele me cobra o fato de ainda (ele sublinhou a palavra ainda) não ter comentado nada relativo ao povo e músicas gauchas. Aproveitando a deixa, respondo de público ao meu amigo querido que conheço alguns artistas gaúchos, aprecio e muito as tradições e o folclore gaúcho e para falar a verdade, só não consigo experimentar o chimarrão .
E para provar que conheço alguma coisa, respeito e admiro os amigos do sul, vou falar de dois jovens de Pelotas, compositores, músicos e cantores admiráveis, cujas musicas e letras eu gosto muitíssimo e até tenho algumas delas gravadas.
Eu poderia falar do “ Deu pra ti”, composição alegre e dançante, de altíssimo astral, com o característico e gostoso gauchês.
Poderia falar do “Nem pensar”, da “Maria Fumaça!” mas, quero falar de uma das mais lindas e apaixonadas canções que conheço. Não é por acaso que chama-se “Paixão”.
O espaço que tenho aqui disponível é curto e acredito que a paciência dos amigos leitores também é mas, não posso deixar de registrar minha verdadeira adoração por este magistral poema musicado. Apreciem comigo:
“ Amo tua voz, a tua cor,
E o teu jeito de fazer amor,
Revirando os olhos e o tapete,
Suspirando em falsete,
Coisas que eu nem sei contar.....”
Já sabem de quem estou falando ? Não, não acredito ! Eis mais um pedacinho da música :
“Ser feliz é tudo o que se quer,
Ah ! Esse maldito fecheclair,
De repente a gente rasga a roupa,
E uma febre muito louca,
Faz o corpo arrepiar....”
Uma música extremamente romântica, lindamente sensual e uma incrível declaração de amor, que nem todo mundo já teve a alegria de escutar bem próximo do ouvido.
Mais um pedacinho:
“Depois do terceiro
Ou quarto copo,
Tudo que vier eu topo,
Tudo que vier vem bem,
Quando bebo, perco o juízo,
Não me responsabilizo,
Nem por mim,
Nem por ninguém.....”
Tem certas músicas, tem certos textos que dispensam maiores comentários. Certas músicas, por si só e sem a necessidade de maiores apelos, sofisticação ou eruditismo conquistam, emocionam e transportam as pessoas para alturas onde estão situadas as alegrias, os amores e a esperança.
Estes dois jovens, dupla que até anda um pouco sumida, deixou também sua marca na Música Popular Brasileira. Ouvi um comentário que eles estão preparando um novo CD. Tomara que sim !
Antes de encerrar e revelar o nome deles, deixo mais um trechinho da música:
“.........Tens a beleza infinita,
E a boca mais bonita,
Que a minha já tocou...”
Não é difícil falar deles ! Não é difícil se lembrar deles e admirá-los. Como já disse, tenho gravadas algumas músicas dessa fabulosa dupla , guardadas em lugar de honra na minha coleção.
Como pude, não ! Como poderia me esquecer deles ? Refiro-me a Kleiton e Kledir....
*********
(.....imagem google.....)