AEDO CIBERNÉTICO* - MARIA MARIA

Maria, minha mãe, possuía todas essas marcas. Quando aprendi a arranhar uns acordes no violão, era a música que ela mais gostava de me ouvir tocando. E cantava com uma profundeza, que parecia engolir os suspiros que lhe provocavam a letra, a melodia enredada em sua sina de Maria forte. Maria filha, mãe, mulher com toda a graça, manha, gana, beleza, pureza, orgulho de Maria, orgulho de mulher. Tinha a sensação que Milton Nascimento havia conversado com muitas Marias como ela, antes de compor essa canção. Vai ver teve uma Maria assim em sua vida, como eu tive na minha.

MARIA , MARIA (MILTON NASCIMENTO)

Maria, Maria, é um dom, uma certa magia

Uma força que nos alerta

Uma mulher que merece viver e amar

Como outra qualquer do planeta

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor

É a dose mais forte e lenta

De uma gente que ri quando deve chorar

E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça

É preciso ter gana sempre

Quem traz no corpo a marca

Maria, Maria, mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça

É preciso ter sonho sempre

Quem traz na pele essa marca

Possui a estranha mania de ter fé na vida.

______________________________________________________________________

* Na antiguidade, como a escrita era pouco desenvolvida, o AEDO cantava as histórias que iam passando de geração para geração, através da música. Depois, veio o seu assemelhado na idade média que era o trovador. Hoje, juntado tudo isso com a tecnologia, criei o AEDO CIBERNÉTICO.

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 23/08/2009
Código do texto: T1769344