NÃO

Luto insanamente contra você. Ao teu lado, sou uma guerrilheira, sem ideologia. Não meço esforços para ser cínica, ardilosa, implacável. Quero te alfinetar, agredir, afrontar. Quando vejo teus olhos de susto, esboço um sorrido de vitória.

Que vitória?

Eu sou a franca perdedora, amedrontada, a espreita, tremula e insegura.

Logo eu... logo eu...

Ouço suas palavras jocosas, com a crueldade de uma adaga afiada. Não tem vincos e brilhos. Está ali para me amarrotar.

No fim, você sorri. Finge que não percebe, está diante do meu asco dramático, se disfarça de anjo, me encanta com os seus infinitos e dissimulados olhos de cigano.

Não sei lidar com meu reflexo.