Pegando carona no artigo alheio

Acabei de ler um artigo de Imperador Dom Henrique I, aqui mesmo no Recanto, sobre o amor entre duas mulheres, e que me chamou a atenção por tocar, objetiva e lucidamente, em um ponto primordial para o bom entendimento da questão:

Homossexualidade não é sinônimo de libido à flor da pele, 48 horas por dia.

Parece que deriva desta idéia deturpada a fobia que algumas pessoas têm em relação à coisa. Esse excesso de liberdade e lassidão imaginárias incomoda muito...

O que se depreende da leitura do extenso, mas excelente artigo é que, não importa se você é homo ou hetero ou bi ou pan ou se traveste ou se reveste ou se despe, somos todos humanos.

Entre nós, não importa gênero ou orientação sexual, há de tudo:

Libidinosos, brochas, frígidas, ninfomaníacas, intelectuais, ignorantes, sábios, equivocados, trabalhadores, bandidos, ricos, pobres, pretos, brancos, amarelos, vermelhos, políticos, alienados, ideológicos, vegetais, pequenos, grandes, românticos, racionais, carinhosos, truculentos, justos, desleais, maus, bons, femininos, masculinos, neutros, esquisitos, lindos, deformados, malhados, sarados, detonados, gordos, magros, anoréxicos, glutões, refinados, brucutus, leitores, analfabetos, escritores, pintores, poetas, maledicentes, impertinentes, imaturos, carentes, equilibrados, evoluídos, espiritualizados, religiosos, ateus, demoníacos, angelicais, sinceros, falsos, chatos, carismáticos, talentosos, preguiçosos, nojentos, assépticos, alegres, tristes, ermitãos, sociáveis... e todos os matizes que permeiam cada um destes adjetivos.

Se o cidadão ou a cidadã comete um delito, que pague por ele e não por sua orientação sexual.

Se tem méritos louváveis, que seja reconhecido ou reconhecida por eles e não por sua orientação sexual.

Ninguém diz: "O artista plástico heterossexual macho-pra-caramba recebeu em sua vernissage..."

Ou: "A Professora Doutora Cheia-de-PhD homossexual caminhoneira lançou nesta semana o seu mais recente..."

Viva e deixe viver.

Como diria uma grande e precocemente falecida amiga minha, conhecida cantora assumidamente homossexual, cada um come o que gosta.