MULHERES CARREGAM BACTÉRIAS ?

Chegou-me um email afirmando que bolsas de mulher podem conter bactérias.

Resumidamente informava: “Uma pesquisa do laboratório Nelson em Salt Lake (EEUU) pesquisou e concluiu que a maioria das mulheres não pára para pensar sobre onde colocam suas bolsas e o risco de doenças que levam no fundo das mesmas. Colocam-nas em carrinhos de compras, chãos diversos e depois levam para a cozinha colocam sobre mesas e balcões onde os alimentos são preparados. Muitas vezes as bolsas estacionam no colo sobre o vestido ou sobre o joelho”.

Fiquei aflito com o impacto que um email destes pode causar...

O espirito de porco que coloca uma mensagem dessas só pode querer implantar um medo coletivo nestes tempos de gripe suina.

Inicialmente começa com uma questão óbvia. A maioria das mulheres não para para pensar em qualquer coisa de tantas coisas que ficam pensando ao mesmo tempo.

Depois menospreza a importância das mulheres conseguirem estacionar a bolsa em qualquer lugar, o que já é uma grande evolução da espécie, diria Darwin.

Quem sabe conseguirão estacionar um carro num futuro remoto?

Lançam a suspeita sobre a higiene do colo e joelhos das mulheres.

Pensando bem, a pesquisa talvez tenha sido patrocinada por empresas de fabricantes do produto.

Esperem e verão em breve publicidades tipo “mulheres, encham as bolsas para não ter espaço para bactérias”.

Ou “troque sempre de bolsa”

Do ponto de vista físico, convenhamos, em condições normais é absolutamente impossível sobrar espaço para bactérias numa bolsa de mulher.

Imaginem a cena de uma bactéria dentro de uma bolsa.

Tropeça no batom...

Se afunda no pó de arroz...

Cai num perfume...

Desculpem-me bactérias, mas vocês seriam capazes de ter a perspicácia de usar essas armas para atrair suas vítimas, como fazem as mulheres.

Por outro lado, se esse boato tivesse um mínimo de verdade, a medicina poderia comemorar a redução de muitas doenças, afinal as bactérias gastariam tanto tempo se maquiando que morreriam, pois não sobrevivem muito tempo fora do organismo humano.

Não repassei o email aos meus correspondentes por alguns motivos.

Pensei na Téia, uma hipocondríaca.

Certamente andaria com duas bolsas, pois os medicamentos não caberiam em uma só.

A Ninoca comumente já não usa a mesma bolsa mais que duas ou três vezes. Vai detonar o cartão da loja de couros, porque não usa falsiês.

A Nandinha maníaca por limpeza passará mais tempo desinfetando a bolsa que trabalhando.

Para o Quinho seria puro terrorismo. Atua na bolsa de valores. Espalharia o boato numa quinta feira e poderia causar uma bolha no mercado com conseqüências irreversíveis para o mercado mundial.

Dona Ana, a beata, exigiria a limpeza diária dos genuflexórios da igreja para não sujar os joelhos.

Minha correspondente mais jovem, a Lili nem sentará mais no colo de sua mãe.

Finalmente, fiquei com duas dúvidas.

Será que a pesquisadora não quer apenas evitar que seu namorado mexa em sua bolsa?

E ainda, será que vírus também se abrigariam em bolsas femininas ou apenas em pochetes masculinas?

Tem cada uma na Internet.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 20/08/2009
Reeditado em 20/08/2009
Código do texto: T1763500
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