O AMOR QUE ACONTECE QUANDO NÃO DEVERIA ACONTECER
Shakespear dizia que o amor é o escândalo da aritmética. Que transforma dois em um, sem constrangimento, nem explicação. Mas digo que o escândalo é maior ainda. Porque transforma duas pessoas diferentes em iguais.
O ser humano busca pessoas diferentes de si, mas que tenham todos as suas semelhanças e afinidades. Num mundo tão heterogêneo, encontrar essa pessoa pode ser uma missão impossível. Mas errando e acertando ao longo dessa vida, numa busca constante e universal de encontrar a cara metade, vamos testando os diversos tipos de sentimentos e sensações, com pessoas variadas e inconstantes.
Porque ele gosta de música clássica e ela de funk, mas sente uma atração tão inebriante quando ela sorri? E mesmo se ele já tem mestrado em engenharia e ela esta terminando o cursinho de pré-vestibular para fisioterapia, tudo o que ela diz a ele parece tão interessante, tão diferente, que dá vontade de ficar ao lado dela pro resto da vida. Porque eles têm em comum aquela ponta de cotidiano e afinidade que não temos capacidade lógica para identificar. Apenas podemos sentir.
O amor é a lógica da fé. Não se vê, não se explica, não se toca. Apenas sentimos, acreditamos e mudamos nossas vidas. O amor é a grande mudança. Apenas ele e mais nada, é capaz de gerar caminhos definitivos, seja pela falta ou excesso.
E com a frase "o que tiver que ser será", em cada etapa de nossa vida encontramos um amor diferente, que irá nos complementar de acordo com nosso momento atual. Mas ele pode ser tão completo, que pode durar por um longo período ou mesmo pela vida inteira. Então deixa de ser dois para ser apenas um. E ai voltamos para o escândalo da aritmética.