Homo Hipócritas
Tem gente que é um modelo exemplar de cidadania: não joga lixo no chão, respeita o banco do idoso, carrega as compras da velhinha, escuta o outro mais do que fala e segue todas as regras do bom convívio social, mas basta chegar em casa, para cair a máscara e o sujeito revelar a sua verdadeira cara: o hipócrita!
Grita com a esposa, não tem tempo de brincar com os filhos, não dá descarga no que fala, acha que todos que estão a sua volta estarão lá para sempre, por isso não se importa em dar um pouco de carinho e um tanto de consideração. É capaz de dar as roupas do corpo para o outro, mais não consegue telefonar para o próprio irmão e perguntar: how do you do?
Temos todos um pouquinho desse hipócrita nas veias do nosso cotidiano. Os estranhos são sempre mais interessantes que aqueles que estão a nossa volta, o quintal do vizinho é sempre mais dourado; a esposa alheia é a esposa perfeita; ser brasileiro é sempre uma desgraça; e seguimos com o nosso repertório das melhores da “Síndrome de Vira-latas” como dizia o Nelson Rodrigues; sempre idolatrando o que é de fora.
Como combater essa herança?
Como destruir essa erva-daninha para que ela não avance no jardim de nossos filhos?
Infelizmente não existe resposta simples, solução direta, mas cada um sabe os esqueletos que estão escondidos em seus armários e deixar de ignorá-los, já é um bom começo.