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Uma lua cheia observando tudo!!!!
Há quase quarenta anos dois jovens irmãos colocaram as mochilas nas costas e pegaram um "cata-jeca" rumo a Furnas,perto de Formiga- MG.
Luís Alexandre( Xu ) e Antônio Carlos ( Tõe) se apaixonaram pela represa e durante anos e anos sonharam em ter um rancho `a beira daquele imenso reservatório de água cheio de peixes.
Enquanto esse sonho dormia confortavemente instalado no coração,Xu e Tõe levaram esposas,filhos,amigos,irmãos,irmãs,cunhados,cunhadas,sobrinhos e sobrinhas, amigos para conhecerem tão paraisíaco lugar.
E durante 30 anos acampávamos debaixo de uma frondosa árvore.Acampamento selvagem, como o chamávamos: barracas de lona,fogão feito de cupim arrancado a enxadadas,lampiões acesos à noitinha,peixes fritos e cerveja .A cada ano uma novidade: motor pro barco,gerador de energia,fogão a gás,chuveiro, "casinha" com sentador e folhas de eucalipto pra perfumar.
Luís Gustavo,meu filho mais velho,estreiou essa aventura com 2 anos e Carlos Henrique,meu caçula,tão logo começou a andar.Durante 17 carnavais a maioria com trovões,raios e chuva forte, nos acompanharam.E tínhamos então som de violão pra cantoria da noite.
Os filhos crescem e voam.E assim, os pais,com o ninho vazio, abandonaram esse ritual: não fomos mais acampar.
Então, o sonho acordou,bocejou,espreguiçou-se e decidiu: vou me tornar realidade. Xu e Tõe encontraram e compraram um rancho à beira da represa e há 3 anos estão sempre lá,pescando e fugindo da cidade grande.
Nesse final de semana,fui conhecê-lo, junto com Creusa, Vic,Zezé, Paulo, Rafaela,Paulo Henrique e Joana.Os donos nos receberam para comemorarmos o aniversário do Tõe.Churrascamos e os que podem beber,beberam.Conversas e risadas.Um frio gostoso na primeira noite.Ah! E uma lua cheia observando tudo!
Na primeira manhã,Xu e Selma me convidaram para um passeio de barco( a motor,é claro).Nem pensei duas vezes: me sentei na frente,a Selma no meio e o Xu dirigindo.Atravessamos a água verde, que respingava gelada;o vento pulsava forte.Eu me esqueci do medo e da ansiedade!Abri os olhos e meu coração absorveu toda aquela maravilha: terra,céu e água , numa perfeita simbiose.Me senti viva,fazendo parte daquilo tudo.Ah! E grata também!
Estou viva,estou viva, obrigada, eu cantava!Me lembrei de uma música de Chico Buarque, que a Betânia cantava e a modifiquei: "sonhar,todo o sonho é possível"!
Voltamos ao rancho e continuamos a viver aquele final de semana, para mim um marco: retornei a Furnas,ainda magnífica.