Sobre Uma Não-Crónica

Antes de entrar em férias, na roda-viva dos preparativos, por milagre ou por mero acaso (não sei bem) encontrei energias e uns segundos para publicar um pequeno texto aqui no RL. Devido ao estado de cansaço extremo em que me encontrava (bem ditas férias!) não pensei muito na categoria em que me melhor se enquadraria o escrito. E talvez por hábito publiquei em crónicas. Mais tarde, no meio da recuperação das férias, veio-me à ideia o que tinha escrito e percebi que iria induzir os leitores a concluírem que as opiniões explanadas naquele discurso eram as minhas. Agora que regressei e li os comentários vejo que as minhas suspeitas eram fundadas: a minha personagem fez-se passar por mim.

A culpa não é da madame que “vive” no cabeleireiro. A culpa é minha que lhe destravei a língua. Ela apenas falou porque eu lhe dei voz. Como se trata de uma personagem frustrada e amarga vingou-se com palavras e destilou o seu fel.

Fico na dúvida em relação à categoria onde deveria colocar esta minha “não-crónica”. Talvez ficção. Talvez o texto não se enquadre em lado nenhum por ser um monólogo interior avulso de uma personagem imaginária que vem do nada.

Em todo o caso esclareço, a quem tão gentilmente me comentou, que não vou diariamente ao salão de beleza, não considero inculto quem nunca foi ao Louvre, e que não tenho inveja da vida cor-de-rosa que vejo nas revistas. No entanto, gosto muito de carne de bovino muito mal passada. Não abuso por motivos de saúde e outros mais óbvios ainda, mas adoro

E pronto, era só isto, por agora. Aproveito para dizer que sinto a falta dos vossos textos. Voltei para vos ler. E, quem sabe, ir escrevendo também.

AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 18/08/2009
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